A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu nesta quarta-feira (14) a autoridades da Nicarágua que encerrem "a repressão generalizada e perseguição religiosa no país".
A CIDH também expressou preocupação com "a continuação das prisões arbitrárias e as condições" dos detentos, citando como exemplo a prisão em agosto de duas colaboradoras da Igreja Católica e de 12 padres, dos quais sete foram expulsos para o Vaticano após dias de detenção em Manágua.
Desde outubro passado, autoridades baniram ou impediram a entrada na Nicarágua de mais de 200 pessoas relacionadas com a Igreja, segundo a CIDH. O governo de Daniel Ortega afirma que a Igreja apoiou os protestos de 2018, que chamou de tentativa de golpe de Estado patrocinada por Washington. Mais de 300 pessoas morreram nessas manifestações, segundo a ONU.
A vice-presidente do país, Rosario Murillo, esposa de Ortega, acusou os religiosos de serem "filhos do demônio" e "agentes do mal" que fazem "terrorismo espiritual".
A CIDH também denunciou a prisão arbitrária de 141 pessoas que se encontram em condições insalubres, com pouco acesso a água potável, alimentação adequada e atendimento médico. E alertou para a falta de informação oficial sobre o paradeiro e estado de saúde de sete presos.
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