Balas com metanfetamina foram distribuídas em 428 cestas de alimentos -  (crédito: New Zealand Drug Foundation)

Balas com metanfetamina foram distribuídas em 428 cestas de alimentos

crédito: New Zealand Drug Foundation

A Auckland City Mission, uma instituição de caridade que doa kits para pessoas em vulnerabilidade social, distribuiu doces de abacaxi que continham doses altas de metanfetamina nessa quarta-feira (14/8), na Nova Zelândia. Pelo menos 428 balas com a droga foram distribuídas e três pessoas foram hospitalizadas. De acordo com a polícia, foram encontrados perfis no Facebook anunciando o doce envenenado. 


A droga foi descoberta após algumas pessoas reclamarem do gosto dos doces. Uma criança, um adolescente e um funcionário da instituição procuraram atendimento médico após provarem as balas. Todos já foram liberados e passam bem. 


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No entanto, de acordo com o inspetor-detetive Glenn Baldwin, da polícia de Auckland, o caso ainda assim alerta para a segurança das doações. A instituição afirma que não sabia da droga e, portanto, não houve má conduta.  “Dizer que estamos devastados é pouco”, apontou em comunicado. 

 

Segundo testes conduzidos pela New Zealand Drug Foundation, cada doce continha 3 gramas de metanfetamina. Para se ter ideia, a dose comumente ingerida contém entre 10 mg e 25 mg. Ou seja, ingerir uma bala significava consumir mais de 300 doses, o que representava um risco para a saúde. 


 

A polícia suspeita que os doces eram destinados ao tráfico internacional de drogas e investiga como o produto chegou ao país e se há outros itens semelhantes em circulação. 

 

Balas foram anunciadas no Facebook

 

De acordo com a Auckland City Mission, a instituição recebeu uma doação dos doces no início de agosto e, depois, distribuídos por engano em 428 cestas básicas. Helen Robinson, voluntária do projeto, contou à imprensa local que surgiram denúncias de que alguém tentou vender algumas balas pelo marketplace do Facebook. 

 

"[É] angustiante... essa é provavelmente a palavra mais educada que posso usar", disse. A polícia garantiu que está investigando o caso. "Estamos levando esse relatório muito a sério, mas as investigações estão nos estágios iniciais. Vender drogas Classe A é uma infração grave e não toleraremos isso”, declarou um investigador. 


A corporação afirmou que já recuperou 29 balas e deixou claro que quem recebeu as cestas não será punido. "Aqueles que inadvertidamente obtiveram esses doces por meio de cestas básicas não fizeram nada de errado. Agradeço àqueles que nos contataram tão rapidamente e nos ajudaram a tirar esses itens perigosos de circulação”, disse o porta-voz.

 


A Rinda, empresa malaia estampada na embalagem do doce, está cooperando com a polícia. "Estamos mantendo a mente aberta neste momento sobre como a metanfetamina veio a ser embalada", afirmou a corporação. 


"Chegou ao nosso conhecimento, por meio de notícias recentes na Nova Zelândia, que nossos produtos podem ter sido usados indevidamente em conexão com substâncias ilegais, especificamente metanfetamina. Queremos deixar claro que a Rinda Food não usa nem tolera o uso de nenhuma droga ilegal em nossos produtos", disse o gerente geral Steven Teh, em comunicado. Ele disse que trabalhará com a polícia da Nova Zelândia para resolver o problema e proteger a integridade de sua marca


Segundo relatos, nenhuma das pessoas chegou a engolir a bala, já que todos cuspiram antes. Mas esse contato já foi o suficiente para causar os efeitos adversos. O funcionário que foi hospitalizado relatou que estava com palpitações. 

 

Gosto era de veneno

 

 

Uma das pessoas que recebeu a cesta foi Sarita Kaukau. Ela contou que seu irmão mais novo e seu filho chegaram a experimentar a bala, mas que tinha gosto de veneno e, por isso, jogaram fora. “Contei à minha amiga, ela pesquisou tudo no Google e disse que tínhamos que chamar a polícia, então chamei a polícia imediatamente”, relatou a um jornal local. 


Ela, que é ex-usuária de metanfetamina e está sóbria há 4 anos e meio, disse que a experiência foi um gatilho. Kaukau acredita que o gosto forte era tão forte que as crianças não puderam engolir os doces falsos. 


"Acho que é por isso que é tão sortudo que nenhuma criança o tenha consumido, porque é uma droga muito forte e pura, não tem nada de doce”, alertou.