Michel Guérard, um dos pais da "nouvelle cuisine" francesa na década de 1970, morreu aos 91 anos, informaram fontes próximas ao chef nesta segunda-feira (19). após informações divulgadas pela imprensa local.
Guérard morreu na madrugada de domingo para segunda-feira em sua casa em Eugénie-les-Bains, no sudoeste do país, informaram à AFP Florence Pelizzari, secretária do cozinheiro, assim como o prefeito da cidade, Philippe Brethes.
À frente do seu restaurante "Les Prés d'Eugénie", Guérard conquistou em 1977 as reconhecidas três estrelas Michelin, que manteve ininterruptamente, graças à sua cozinha inovadora e equilibrada.
Guérard e os seus contemporâneos inventores da "nouvelle cuisine", como Paul Bocuse, mudaram de forma radical as receitas da rica cozinha burguesa na França, adaptando-as às preocupações da clientela que queria comer bem, sem engordar.
"Ele foi um grande chef visionário, que soube se adaptar à região junto aos produtores, pecuaristas e agricultores. A França sentirá falta dele", disse à AFP seu amigo e chef Jean Cousseau.
Graças à sua culinária equilibrada, Guérard também ganhou elogios internacionais e foi o primeiro chef capa da revista Time nos Estados Unidos.
Seu credo era "mudar os gestos na cozinha" para aliviar o teor de gordura e açúcar dos molhos e condimentos de seus pratos, sem abrir mão do "sabor como objetivo, que tem como conclusão o prazer".
Por exemplo, mudar a receita do bolo Paris-Brest, substituindo o creme de pasteleiro por uma combinação de claras batidas até o ponto de neve "e uma ponta de nata".
"Se você tentar um pouco, poderá conseguir coisas formidáveis, equilibradas e com poucas calorias", disse ele.
Michel Guérard nasceu em 27 de março de 1933. Filho de açougueiros, subiu rapidamente na hierarquia nas cozinhas de prestigiosos estabelecimentos parisienses como o hotel Crillon e o Lido.
Comprou seu primeiro restaurante nos arredores de Paris e, após alguns anos difíceis, ganhou a atenção de celebridades e críticos gastronômicos em seu humilde estabelecimento, onde inventou, entre outras, a "salada maluca" com foie-gras e vinagrete, mistura até então desconhecida.
Conquistou a sua primeira estrela Michelin em 1967. Depois comprou o seu restaurante em Landes (sudoeste), onde estabeleceu a fama internacional.
O seu sucesso e alento para difundir a "cozinha dietética" também o levaram a expandir o seu negócio para o setor termal e a colaborações com grandes multinacionais como a Nestlé.
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