O secretário de Estado americano, Antony Blinken, assegurou nesta segunda-feira (19), em Tel Aviv, que Israel concordou em apoiar as iniciativas para vacinar as crianças da Faixa de Gaza contra a poliomielite, após um apelo da ONU, depois de um caso ter sido detectado.

"Estamos trabalhando com o governo israelense", disse Blinken.

"Acredito que poderemos propor um plano nas próximas semanas. É urgente. É vital", destacou.

A ONU pediu na sexta-feira que sejam estabelecidas "pausas humanitárias" na Faixa de Gaza para vacinar mais de 640 mil crianças, após um caso de poliomielite ter sido detectado em um bebê de dez meses, o primeiro reportado no território palestino em 25 anos.

Blinken não detalhou as modalidades desta campanha de vacinação, que a ONU solicita para "prevenir a propagação da variante que circula atualmente" na Faixa de Gaza.

A Faixa tem 2,4 milhões de habitantes, metade deles crianças, quase todas deslocadas pelo menos uma vez em mais de dez meses de guerra.

Blinken afirmou que teve uma conversa "detalhada" sobre a situação humanitária em Gaza com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.

Atualmente, todos os acessos à Faixa de Gaza estão controlados pelo Exército israelense.

Blinken disse que "compartilha amplamente a preocupação com a possibilidade de um reaparecimento" da poliomielite em Gaza, de onde foi erradicada há 25 anos, segundo a ONU.

"Estamos trabalhando em um plano detalhado para garantir que aqueles que precisam da vacina (...) possam ser vacinados", acrescentou.

O "meio mais rápido e mais seguro", acrescentou, "seria um cessar-fogo, pois abriria um espaço muito mais amplo para o aumento da ajuda" humanitária, que, há meses, entra em Gaza apenas em gotas.

A ONU ressalta que a cobertura de vacinação deve ser de pelo menos 95% para impedir a propagação da poliomielite no território palestino, "já que os sistemas de saúde, água e saneamento" lá estão muito perturbados.

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