O presidente russo, Vladimir Putin, comparou a atual incursão ucraniana na região russa de Kursk a uma sangrenta tomada de reféns em uma escola em Beslan, no Cáucaso, nesta terça-feira (20), quando se completa 20 anos dessa tragédia.
"Assim como lutamos contra os terroristas, hoje devemos lutar contra aqueles que cometem crimes na região de Kursk, no Donbass, na Nova Rússia", declarou Putin à margem de uma visita a essa escola, segundo um vídeo publicado no Telegram.
O Donbass é uma região do leste da Ucrânia, em grande parte controlada pelas tropas russas. O termo "Nova Rússia" refere-se a um projeto de criação de um território russo no sul e leste da Ucrânia, onde as tropas russas concentram a ofensiva da intervenção militar lançada em fevereiro de 2022.
"Assim como atingimos os nossos objetivos na luta contra o terrorismo, também os alcançaremos na luta contra os neonazistas e iremos, sem dúvida, punir os criminosos", acrescentou Putin, retomando um dos argumentos usados no lançamento dessa operação, sobre a "desnazificação" da Ucrânia.
Nesta primeira visita ao local do ataque, Putin prestou homenagem às vítimas da tomada de reféns na Escola Número 1 de Beslan, uma pequena cidade da república russa da Ossétia do Norte.
Em 1º de setembro de 2004, um comando que exigia a retirada das tropas russas da Chechênia atacou o centro educacional, fazendo mais de mil pessoas como reféns.
Três dias depois, após o ataque das forças de segurança, 332 corpos, incluindo os de 186 crianças, jaziam no complexo.
A visita de Putin ao local ocorre em um momento em que a Rússia enfrenta uma incursão na região de Kursk, que começou em 6 de agosto. A Ucrânia lançou esta operação após meses de combates em seu próprio território contra as tropas russas.
Por outro lado, a Rússia sofreu, em 22 de março deste ano, o pior ataque cometido no país desde o de Beslan em 2004, quando homens armados atacaram a casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, e deixaram 145 mortos e centenas de feridos.
Mais de 20 pessoas foram presas por seu suposto envolvimento nesse ataque, todas procedentes da ex-república soviética do Tadjiquistão, vizinha do Afeganistão.
O massacre foi reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico (EI), mas as autoridades russas atribuem a sua elaboração à Ucrânia, que nega categoricamente qualquer envolvimento.
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