O novo governo britânico detalhou nesta quarta-feira (21) novas medidas para combater a imigração ilegal, prometendo aumentar o número de expulsões de migrantes e lutar contra as "quadrilhas de traficantes".

Com boas condições climáticas, centenas de migrantes chegam praticamente todos os dias à costa inglesa depois de atravessarem o Canal da Mancha a bordo de embarcações infláveis.

Mais de 200 chegaram na segunda-feira e cerca de 500 no sábado. No dia 11 de agosto foram mais de 700, um recorde desde a chegada ao poder dos trabalhistas no início de julho.

O combate à imigração ilegal foi um dos temas principais da campanha eleitoral, após 14 anos de governo conservador.

Desde que assumiu o cargo, o primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer abandonou o projeto de seus antecessores de expulsar para Ruanda os migrantes que chegam ilegalmente.

O premiê prometeu tratar a questão da imigração "com humanidade", mas reduzir o número de imigrantes, tanto legais quanto ilegais.

Para isso, a ministra do Interior, Yvette Cooper, deseja aumentar as expulsões. "Estamos redistribuindo recursos para aumentar o número de deportações de solicitantes de asilo rejeitados, que diminuiu 40% desde 2010", destacou.

A ministra espera alcançar nos próximos seis meses o nível de expulsões de 2018, ou seja, cerca de 14.000, segundo o jornal Times.

Aproximadamente 300 agentes foram "reequipados para examinar milhares de processos de solicitantes de asilo rejeitados e retornos, incluindo os retornos forçados e voluntários", segundo o ministério.

Desde a chegada ao poder dos trabalhistas, nove aviões transportando migrantes expulsos para seus países de origem decolaram do Reino Unido, segundo o Times, incluindo a expulsão de 200 pessoas para o Brasil no início de agosto.

No entanto, expulsar afegãos, sírios ou iranianos, que representam um número significativo das chegadas ilegais ao Reino Unido, será muito mais difícil, aponta o jornal conservador.

A ministra também quer atacar os traficantes. "Até 100 novos agentes especializados em inteligência e investigações estão sendo destacados para a Agência Nacional contra o Crime (NCA)", para combater essas "quadrilhas" e assim "impedir as travessias perigosas de barco", detalha o comunicado.

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