O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou, nesta quarta-feira (21), que a ofensiva ucraniana em solo russo desferiu um "duro golpe" na propaganda do presidente Vladimir Putin e defendeu suspender as restrições ao uso do armamento ocidental entregue à Ucrânia. 

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reiterou na segunda-feira seu pedido para que seus aliados lhe permitam usar armas de longo alcance contra o interior da Rússia, a fim de deter o avanço das tropas russas no leste da Ucrânia. 

"A ofensiva ucraniana [na região russa de] Kursk é um duro golpe na narrativa do presidente russo Putin", escreveu Borrell no X, após falar com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba. 

O mais alto diplomata da União Europeia também considerou que "suspender as restrições ao uso de capacidades contra o Exército russo envolvido na agressão à Ucrânia, de acordo com o direito internacional, teria vários efeitos importantes". 

Um deles, acrescentou, seria "fortalecer a autodefesa da Ucrânia ao pôr fim ao santuário da Rússia para seus ataques", além de salvar vidas e promover os esforços de paz. 

Borrell indicou que o assunto estaria na agenda das reuniões de ministros de Relações Exteriores e de Defesa da UE, que ocorrerão nos dias 29 e 30 de agosto em Bruxelas, com a presença de Kuleba. 

A incursão desde 6 de agosto de tropas ucranianas na região russa de Kursk permitiu a Kiev retomar a iniciativa dois anos e meio depois do início da invasão russa. 

Mas o epicentro do conflito se mantém no leste da Ucrânia, onde o Exército russo, melhor equipado, prossegue com o avanço que lhe permitiu tomar várias localidades nos últimos dias. 

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