O governo de El Salvador anunciou, nesta quarta-feira (21), que vai treinar 80.000 funcionários públicos no uso do bitcoin como forma de promover a criptomoeda, pouco utilizada no país embora seja legalizada.
"El Salvador começará em breve a fornecer instrução e certificação de Bitcoin para 80.000 funcionários públicos", indicou o Escritório Nacional de Bitcoin na rede social X.
Este número equivale a quase metade dos funcionários públicos do país, segundo dados oficiais.
A iniciativa do presidente Nayib Bukele, em 7 de setembro de 2021, tornou El Salvador o primeiro país do mundo a permitir legalmente as transações com bitcoins em sua economia dolarizada.
De acordo com a diretora do escritório, Stacy Herbert, a formação de funcionários do Estado incluirá temas ligados à cibersegurança, inteligência artificial (IA) e mecanismos anticorrupção, finanças ou direito trabalhista e administrativo.
Herbert afirmou no X que El Salvador "é o lar dos novos mercados de capital em bitcoin".
Bukele promove o uso massificado da criptomoeda e o Ministério da Educação, em conjunto com duas organizações privadas, capacita professores de escolas públicas no uso desta ferramenta.
Contudo, apenas uma minoria utiliza o bitcoin no país. Segundo uma pesquisa da Universidade Centro-americana, 88% dos salvadorenhos não utilizavam a criptomoeda em 2023.
No início de agosto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou, após três anos de negociações com o governo de Bukele, que havia chegado a acordos para fortalecer a economia de El Salvador e mitigar os riscos do bitcoin.
O FMI indicou ainda que "embora muitos dos riscos associados não tenham se materializado", há um "reconhecimento conjunto da necessidade de redobrar esforços para melhorar a transparência e mitigar os potenciais riscos de estabilidade fiscal e financeira do projeto bitcoin" no país.
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