A rede ferroviária de mercadorias do Canadá ficou paralisada nesta quinta-feira (22) devido à greve de quase 10 mil trabalhadores após o fracasso das negociações trabalhistas com as duas empresas do setor no país, informaram fontes sindicais. 

"Apesar de meses de negociações de boa fé (...) as partes estão muito distantes. CN (Canadien National) e CPKC (Canadien Pacific Kansas City) começaram a interromper as atividades", anunciou em comunicado o sindicato Teamsters Canada (TCRC), que representa cerca de 10.000 trabalhadores. 

As partes haviam delimitado até 00h01 locais (02h01 em Brasília) para chegar a um acordo antes da paralisação das atividades ou "lock-out", o fechamento temporário de uma empresa decidido pelos sindicatos em resposta a um conflito trabalhista.

O CPKC acusou o sindicato, nesta quinta-feira, "de formular demandas irreais", acrescentando que "não está perto" de um acordo.

"O sindicato não respondeu a outra oferta da CN no âmbito de uma última tentativa que visava evitar uma paralisação", informou o Canadien National em comunicado nesta quinta. 

A disputa entre os trabalhadores e o CPKC tem como foco as questões de segurança relacionadas ao tempo de descanso das tripulações dos trens. 

Esta é a primeira greve envolvendo as duas empresas, que no passado não negociaram acordos trabalhistas no mesmo ano. Ambas controlam rotas do Atlântico ao Pacífico e para os Estados Unidos, e transportam cerca de 730 milhões de dólares (R$ 3,8 bilhões na cotação atual) por dia em mercadorias, desde grãos a veículos, ou petróleo. 

As empresas afirmam que "estão dispostas a comprometer a segurança ferroviária e separar famílias para ganhar um pouco mais de dinheiro", disse o presidente da Teamsters, Paul Boucher.

O sindicato sustentou, por sua vez, que permanece na "mesa de negociações" apesar do "lock-out".

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