Autoridades francesas abriram neste sábado(24) uma investigação antiterrorismo após uma explosão em frente a uma sinagoga em La Grande-Motte, no sul do país, que deixou um agente policial ferido.
Dois carros, um deles com um botijão de gás, foram incendiados em frente à sinagoga Beth Yaacov, na cidade costeira a 25 quilômetros de Montpellier, informou a polícia.
Após a explosão, também ocorreu um incêndio na entrada da sinagoga, embora as chamas tenham sido rapidamente extintas, relataram os investigadores. Duas portas do templo foram danificadas.
Um policial municipal que atendeu ao chamado ficou ferido, disse à AFP o prefeito de La Grande-Motte, Stéphan Rossignol, sem dar detalhes sobre seu estado.
O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou um "ato terrorista" e garantiu em uma mensagem no X que "a luta contra o antissemitismo" é um combate diário.
Autoridades pediram o reforço da segurança em torno dos locais de culto judaicos.
Rossignol afirmou que nas imagens captadas pelas câmeras de vigilância aparece um indivíduo ateando fogo em carros. Segundo uma fonte próxima ao caso, o suspeito também aparece com uma bandeira palestina.
Outra fonte indicou que o homem carregava duas garrafas vazias e tinha uma bandeira palestina na cintura. Ele deixou o local a pé.
Em uma das imagens, ele parecia armado, possivelmente com uma pistola 9mm, acrescentou a mesma fonte.
La Grande-Motte tem cerca de 8.500 habitantes, mas sua população aumenta durante a temporada turística de verão.
Tanto a França como outros países europeus elevaram o estado de alerta desde que o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro.
- "Um ato antissemita" -
O primeiro-ministro em final de mandato, Gabriel Attal, informou que a Procuradoria Nacional Antiterrorismo está encarregada da investigação.
"A sinagoga de La Grande-Motte foi alvo de um ataque esta manhã", escreveu ele no X. "Um ato antissemita. Mais uma vez, nossos conterrâneos judeus são o alvo", acrescentou.
A explosão ocorreu em pleno sábado, dia de descanso semanal dos judeus, ma não havia cultos no momento, segundo uma fonte policial responsável pela investigação.
"Dentro da sinagoga havia cinco pessoas, incluindo o rabino, que não ficaram feridas", afirmou a Procuradoria Nacional Antiterrorismo em nota.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, classificou o ataque como um "ato claramente criminoso".
"Todos os meios estão sendo mobilizados para encontrar o perpetrador", disse ele, e ordenou que a presença da polícia fosse reforçada em todos os locais de culto judaico na França.
Darmanin e Attal viajarão até o local da explosão, causada, segundo a polícia, por um botijão de gás escondido em um dos carros.
A França abriga a maior população judaica fora de Israel e dos Estados Unidos, e também a maior comunidade muçulmana da União Europeia.
O governo francês contabilizou 887 atos antissemitas no primeiro semestre de 2024, quase três vezes mais do que no mesmo período de 2023.
O Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) chamou a explosão de "ataque às vidas dos judeus".
"O uso de um botijão de gás em um carro no momento em que se espera que os fiéis chegassem à sinagoga não é simplesmente um incêndio criminoso", disse o presidente do CRIF, Yonathan Arfi.
"Isso mostra uma intenção de matar", disse.
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