O Panamá deportou, neste sábado (24), outros 30 migrantes colombianos que entraram no país pela selva fronteiriça do Darién, no marco da aplicação de um recente acordo com os Estados Unidos, informou o governo.
Foi realizado um "voo de deportação de migrantes que entraram irregularmente pela selva do Darién", indicou o Ministério da Segurança em sua conta no X. O vice-ministro dessa pasta, Luis Felipe Icaza, revelou que foram "30 colombianos, entre eles 6 de alto perfil".
Na terça-feira, o governo do Panamá aplicou pela primeira vez o acordo com Washington, deportando em um voo charter 29 colombianos com antecedentes criminais que também entraram no país pelo Darién, a inóspita selva na fronteira colombiano-panamenha, hoje convertida em corredor de migrantes que vão para os Estados Unidos.
Ao tomar posse, em 1° de julho, o presidente José Raúl Mulino assinou um acordo migratório com os Estados Unidos, mediante o qual Washington se comprometeu a financiar com seis milhões de dólares a deportação do Panamá de migrantes que cruzem o Darién.
"Progressivamente, iremos fazendo o que corresponde [para conter a passagem de migrantes por essa selva], mas me anima ver que iniciamos o acordo com os Estados Unidos", indicou Mulino.
Mais de 520.000 pessoas cruzaram a selva em 2023, de acordo com dados oficiais do Panamá. Este ano, mais de 231.000 já fizeram a perigosa travessia, incluindo 153.577 venezuelanos, 14.598 equatorianos, 14.674 colombianos e 12.065 chineses.
Durante a campanha eleitoral, Mulino havia prometido “fechar” o Darién à migração, mas, uma vez no poder, ele qualificou essas declarações afirmando que não planejava fazer repatriações “à força”, mas voluntárias, e deportações apenas de pessoas com antecedentes criminais.
Nessa selva de 575.000 hectares, os migrantes enfrentam inúmeros perigos naturais, bem como o risco de serem agredidos, estuprados ou mortos por gangues criminosas.
bur-nl/llu/dd