Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, insistiram neste sábado em que a Venezuela publique as atas da polêmica eleição presidencial vencida por Nicolás Maduro, cujo resultado foi validado nesta semana pela Justiça venezuelana.

"Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis", diz uma declaração conjunta divulgada após novos contatos telefônicos entre os líderes.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela certificou na última quinta-feira a reeleição de Maduro, que chamou a decisão de "contundente", em meio a denúncias da oposição de fraude e "judicialização" eleitoral.

Maduro havia pedido ao TSJ que "certificasse" o resultado das eleições de 28 de julho, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o proclamou vencedor com 52% dos votos. A oposição garante ter vencido o pleito e acusa tanto o tribunal quanto o CNE de servirem ao chavismo.

A falta de transparência levanta suspeitas de vários países e organizações internacionais, e a decisão do TSJ foi criticada pela comunidade internacional.

Diferentemente de líderes de outros países, como os Estados Unidos, que rejeitaram completamente a validação do TSJ, Lula e Petro disseram apenas que “tomam nota” dessa decisão.

Brasil e Colômbia ressaltaram que mantêm abertos seus canais de comunicação tanto com o governo venezuelano quanto com a oposição, e reiteraram sua disposição a facilitar o entendimento, embora sem clareza sobre o alcance desses diálogos.

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