A promotoria de combate ao terrorismo na Alemanha iniciou uma investigação neste domingo(25), após um sírio de 26 anos confessar a autoria do ataque em Solingen, que deixou três mortos e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Na noite de sábado, o suspeito "se entregou às autoridades de investigação e confessou ser responsável pelo ataque" em uma festa popular na cidade do oeste da Alemanha, disse a polícia.
"O Ministério Público Federal está investigando" a acusação de "participação em organização terrorista", disse à AFP a própria instituição encarregada de supostos casos de terrorismo.
O grupo jihadista EI assumiu a responsabilidade pelo ataque, afirmando que o objetivo era "vingar os muçulmanos na Palestina e em todos os lados", segundo um comunicado divulgado por sua organização de propaganda Amaq.
Vários meios de comunicação alemães indicaram que o suspeito, que chegou ao país no final de dezembro de 2022, foi alvo de uma ordem de deportação para a Bulgária, país da União Europeia que registrou sua chegada e onde deveria ter solicitado asilo de acordo com o regras.
O vice-chanceler alemão, Robert Habeck, indicou que ele não constava das listas de extremistas islamistas considerados perigosos pelos serviços de segurança.
"O terrorismo islamista é um dos maiores perigos para a segurança do nosso país. Aqueles que cometem tais atos devem ser severamente punidos", disse Habeck, da coalizão do chanceler Olaf Scholz, neste domingo.
Os mortos no ataque são dois homens, de 56 e 67 anos, e uma mulher, de 56 anos. Oito pessoas também ficaram feridas, quatro delas gravemente.
"Os ataques foram dirigidos ao pescoço" das vítimas, segundo a polícia.
- Manchas de sangue -
A polícia também disse que prendeu um suspeito de 15 anos no sábado por "não ter denunciado" o ataque, e outra pessoa em um abrigo para requerentes de asilo perto do local do ataque, que considera uma "testemunha".
A festa foi parte de uma série de eventos para comemorar o 650º aniversário de Solingen.
Com cerca de 150.000 habitantes, a pequena cidade fica na região mineira do Ruhr, entre Dusseldorf e Colônia.
Um homem identificado como Lars Breitrzke relatou ao periódico que estava perto do palco e que "percebeu, na expressão do cantor, que algo estava errado. Depois, uma pessoa caiu no chão a um metro de mim."
Primeiramente, a testemunha pensou que se tratasse de alguém alcoolizado, mas, ao se virar, viu outros espectadores caídos e manchas de sangue no chão.
Vários ataques a faca foram registrados no último ano na Alemanha, o que levou a ministra do Interior, Nancy Faeser, a prometer acabar com esse tipo de crime.
O país enfrenta uma dupla ameaça à sua segurança: os atentados jihadistas e as ações de grupos de extrema direita.
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