Mais de 21 milhões de peregrinos muçulmanos xiitas no Iraque participaram do Arbain deste ano, uma das maiores manifestações religiosas do mundo, que atingiu seu clímax neste domingo (25) em Karbala, onde os participantes expressaram sua solidariedade aos palestinos em Gaza.

Arbain, uma comemoração importante para os xiitas, a maioria no Iraque e no Irã, significa “quarenta” em árabe e marca 40 dias de luto pelo martírio do Imam Hussein, neto do profeta Maomé e figura fundadora do xiismo.

Kerbala abriga os restos mortais de Hussein e de seu irmão Abbas em dois mausoléus e, durante o Arbain, torna-se o epicentro do mundo xiita.

Os peregrinos expressam sua dor em memória do Imam Hussein, que foi morto em 680 na chamada Batalha de Karbala contra as tropas do califa omíada Yazid.

De acordo com imagens capturadas por fotógrafos da AFP nos últimos dias, muitos dos peregrinos carregavam bandeiras palestinas nas ruas de Karbala, no centro do Iraque, e sob as cúpulas douradas dos mausoléus.

“O número total de peregrinos no Arbain [...] chegou a 21.480.525”, anunciou a instituição que administra o mausoléu de Abbas, responsável pela contagem.

Isso inclui cerca de 3,5 milhões de peregrinos iranianos, de acordo com os números oficiais da República Islâmica.

“Hoje, na cidade sagrada de Karbala, vemos a bandeira palestina hasteada entre os peregrinos em apoio aos irmãos da Palestina”, disse à AFP Mohammed al-Tamimi, um participante na casa dos 30 anos, considerando que ‘peregrinos de todas as partes simpatizam com a Palestina e a causa palestina’.

“Os muçulmanos estão todos unidos contra as ações dos sionistas e contra os crimes cometidos em Gaza”, acrescentou.

Em 2023, cerca de 22 milhões de peregrinos participaram do Arbain.

A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino a Israel em 7 de outubro, que matou 1.199 pessoas, a maioria civis, de acordo com um balanço baseado em números oficiais.

Desde então, Israel tem bombardeado incessantemente a Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas desde 2007, e causou pelo menos 40.405 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

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