A Guatemala e Belize esperam que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia resolva em 2025 uma disputa territorial de mais de dois séculos, disse nesta segunda-feira (26) o primeiro-ministro belizenho, John Briceño, na capital guatemalteca.

A Guatemala reivindica de seu vizinho cerca de 11.030 km² de território, assim como centenas de ilhas e ilhotas no Caribe, quase metade do território de Belize.

"Ambos os países optamos por resolver a disputa territorial por meios pacíficos e assinamos um acordo especial [em 2008] para levar o caso" à CIJ, declarou Briceño à imprensa junto ao presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, no Palácio Nacional.

"Agora estamos à espera da decisão da Corte para fixar uma data para a audiência oral e esperamos uma decisão final em 2025", acrescentou Briceño, que encerra na terça-feira uma visita de três dias à Guatemala.

A disputa remonta a 1783, quando a Espanha – que então colonizava o que hoje é a Guatemala – concedeu esses territórios à Grã-Bretanha para a exploração de madeira.

Guatemala e Belize já apresentaram os argumentos por escrito à máxima instância da ONU, após as nações vizinhas decidirem, em consulta popular realizada entre 2018 e 2019, submeter o caso à Corte.

"É importante destacar que ambos concordamos em acatar a decisão e demarcar a fronteira", ressaltou Briceño. "Uma solução final nos permitirá avançar com nossa agenda bilateral."

O conflito provocou momentos críticos de tensão entre Guatemala e Belize, principalmente devido à morte de camponeses guatemaltecos pelas forças de segurança belizenhas, acusados de entrar ilegalmente em seu território.

"Guatemala e Belize demonstraram seu compromisso compartilhado de continuar e consolidar o trabalho conjunto em prol da paz, segurança, prosperidade e desenvolvimento econômico e social de nossos povos", afirmou Arévalo.

A Guatemala reconheceu a independência de Belize em 1991, mas nunca deixou de reivindicar o território em disputa.

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