O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, pediu nesta quinta-feira, em Bruxelas, aos países da UE para que pressionem os Estados Unidos a levantarem as restrições que os impedem de usar suas armas contra alvos em território russo. 

"Peço à UE que desempenhe um papel e diga com firmeza e clareza que algo precisa ser feito", disse Kuleba ao chegar a uma reunião de ministros do bloco europeu. 

Vários países, incluindo os Estados Unidos, ainda mantêm restrições à utilização de armas que fornecem à Ucrânia, especialmente mísseis de longo alcance, para evitar uma escalada do conflito iniciado em fevereiro de 2022. 

A Ucrânia exige insistentemente o fim das restrições para atacar "alvos militares legítimos" na Rússia, lembrou Kuleba, como as bases aéreas de onde decolam os aviões que bombardeiam o território ucraniano. 

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, renovou o apelo esta semana, após os bombardeios russos de segunda e terça-feira contra cidades e infraestruturas ucranianas, especialmente a rede elétrica. 

Os Estados Unidos concordaram em levantar parcialmente estas restrições, mas apenas para que a Ucrânia se defendesse de ataques de territórios russos próximos da fronteira e da linha da frente, como é o caso, por exemplo, de Kharkiv. 

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse ser a favor do fim de todas estas restrições, mas vários países, incluindo Itália e Hungria não concordam. 

Kuleba também indicou que discutirá com seus homólogos europeus os atrasos nas entregas de armas prometidas a seu país, incluindo mísseis Patriot, essenciais para a defesa aérea da Ucrânia. 

"Prometeram mísseis Patriot, mas nenhum foi entregue”, lamentou, acrescentando que "alguns destes atrasos são excessivamente longos".

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