A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata Kamala Harris responderá, nesta quinta-feira (29), a perguntas da CNN, em uma entrevista muito aguardada a dez semanas das eleições presidenciais. 

Harris estava sob pressão porque não concedeu entrevistas longas à imprensa desde que assumiu a candidatura no lugar do presidente Joe Biden em 21 de julho. 

A entrevista acontecerá na Geórgia (sul), onde faz campanha. 

Ela conversará com a jornalista da CNN Dana Bash, que foi uma das apresentadoras do debate entre o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump e Joe Biden em junho. 

Foi o desempenho calamitoso de Biden durante este debate que fez com que os democratas o descartassem por receios relacionados à sua idade e acuidade mental. 

A entrevista com Kamala Harris será transmitida a partir das 21h, horário local (22h no horário de Brasília).

A democrata, de 59 anos, estará acompanhada de seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz. 

Um dos assessores mais próximos de seu rival republicano, Jason Miller, brincou dizendo que Harris está usando o candidato à vice-presidência como um "escudo humano". 

"Fazer entrevistas com os dois candidatos no verão (boreal) é uma tradição nas campanhas eleitorais há 20 anos", disse Ian Sams, um dos porta-vozes da campanha da candidata democrata, na rede social X. 

Refere-se às entrevistas conjuntas dadas por Barack Obama e Joe Biden, ou por Joe Biden e pela própria Kamala Harris. Só que desta vez, neste calendário eleitoral muito mais condensado, as expectativas para a vice-presidente são altas.

Donald Trump teve muitas oportunidades para responder a perguntas de jornalistas, com vários graus de dificuldade. No final de julho, brigou com uma associação de jornalistas afro-americanos. No dia 13 de agosto, ele conversou durante duas horas com o milionário Elon Musk, em um ambiente muito mais descontraído, senão amigável. 

O ex-magnata também deu duas coletivas de imprensa em agosto, nas quais proferiu monólogos longos, por vezes confusos, e respondeu a perguntas muito complacentes. 

Isso não impediu que os republicanos destacassem o contraste com Kamala Harris, que desde o início da sua campanha tentou controlar ao máximo a comunicação.

Na recente convenção em Chicago, por exemplo, o Partido Democrata convidou 200 influenciadores e deu-lhes acesso privilegiado, causando tensões com os milhares de jornalistas credenciados. 

Com esta entrevista à CNN, a candidata democrata passa por uma espécie de prova oral. No início de seu mandato como vice-presidente, ela ganhou a reputação de cometer erros quando forçada a improvisar.

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