A maioria dos migrantes e refugiados da África subsaariana abandonados em uma área desértica da Tunísia, perto da fronteira com a Argélia, já foram socorridos, informou à AFP, nesta sexta-feira (30), um porta-voz da ONG FTDES.

"Nossas equipes encontraram 28 pessoas em condições humanitárias catastróficas, sem água nem comida", sob um calor intenso, disse o porta-voz da organização, Romdhane Ben Amor.

Entre as pessoas resgatadas, há sete mulheres, três delas grávidas, e duas crianças. O restante do grupo inicial, formado por 42 pessoas, "esconde-se, pois tem medo" da polícia, acrescentou Ben Amor. 

O FTDES, especializado em imigração, localizou o grupo mais frágil com a ajuda de autoridades locais e da Guarda Nacional tunisiana. Os migrantes serão levados para um local da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Tatauin (sudeste), afirmou Ben Amor.

ONGs informaram ontem à AFP que cerca de 40 migrantes e solicitantes de asilo provenientes de países da África subsaariana, entre eles mulheres grávidas e crianças, estavam abandonados na Tunísia, perto da fronteira com a Argélia.

O grupo assegurou que todos havia sido "expulsos de Sfax", cidade do centro da Tunísia, e levados para a fronteira argelina, na região semidesértica de Gafsa. 

Ben Amor afirmou que 25 migrantes resgatados são originários de Serra Leoa e outros da Libéria e Nigéria.

Sfax, a 150 km da costa italiana, é ponto de partida dos migrantes com destino à Europa, a maioria proveniente da África subsaariana.

Fontes humanitárias disseram à AFP que ,"entre junho e setembro de 2023, ao menos 5.500 migrantes foram expulsos para a Líbia e mais de 3.000 para a Argélia", enquanto uma centena morreu na fronteira entre Tunísia e Líbia.

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