Os Exército dos Estados Unidos e as forças de segurança iraquianas alegaram ter matado 15 membros do grupo Estado Islâmico (EI) no oeste do Iraque, em uma grande operação que deixou sete soldados americanos feridos.
O Comando Central do Oriente Médio (Centcom) anunciou, neste sábado (31), em um comunicado publicado na rede social X, que uma operação conjunta com "as forças de segurança iraquianas" em uma região desértica do oeste do Iraque causou "a morte de 15 membros" do EI.
"Este grupo do EI estava equipado com inúmeras armas, granadas e cintos explosivos. Não há indícios de que tenha havido vítimas civis", explicou.
O Iraque declarou "vitória" contra o EI no final de 2017, mas várias células jihadistas continuam ativas no país e atacam esporadicamente o pessoal do Exército e da polícia, especialmente em zonas rurais e remotas.
A operação, conduzida na manhã de quinta-feira, "tem como alvo os líderes do EI, a fim de perturbar e minar a capacidade do grupo de planejar, organizar e realizar ataques contra civis no Iraque e contra cidadãos, aliados e parceiros dos EUA na região e fora dela", afirmou a entidade militar.
O Centcom afirmou que o Exército iraquiano ainda estava "explorando o local da incursão", sem dar mais detalhes da operação ou da sua localização exata.
Cinco soldados americanos ficaram feridos no ataque e outros dois em quedas, informou mais tarde um oficial de defesa. Um dos feridos foi evacuado para tratamento, assim como um dos policiais feridos.
Os sete soldados estão em condições estáveis, acrescentou o responsável.
Em Bagdá, os serviços de inteligência iraquianos anunciaram na sexta-feira uma operação "no deserto de Al Anbar", uma vasta província que faz fronteira com a Síria.
A operação foi implementada após "mais de dois meses de vigilância com meios humanos e tecnológicos" que permitiram localizar "quatro abrigos" utilizados pelo EI, segundo a mesma fonte.
- Jihadistas "de alto escalão" -
Entre os jihadistas mortos, "é provável que existam líderes de alto escalão", disse a inteligência iraquiana, que afirmou que os procedimentos de identificação estão em andamento.
A operação começou com "sucessivos ataques aéreos" contra os quatro esconderijos jihadistas, antes de um transporte de tropas por helicóptero e combate terrestre com o grupo EI, acrescentou.
Os Estados Unidos enviaram cerca de 2.500 soldados para o Iraque e quase 900 para a Síria, como parte de uma coalizão internacional criada para combater o EI.
As forças dessa aliança foram recentemente alvo de dezenas de ataques de drones e foguetes no Iraque e na Síria, enquanto a violência relacionada com a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza atraiu grupos armados apoiados pelo Irã em todo o Oriente Médio.
Após a sua ascensão meteórica ao poder em 2014 e a conquista de vastos territórios no Iraque e na vizinha Síria, o EI viu o seu autoproclamado "califado" desmoronar sob sucessivas ofensivas nesses dois países.
Em 15 de agosto, o Iraque anunciou o adiamento do fim da missão da coalizão internacional, justificando este atraso nos "últimos acontecimentos" em um contexto regional tenso.
Um relatório de especialistas da ONU sobre o Estado Islâmico, publicado em julho, estimou que o número de jihadistas no Iraque e na Síria caiu "para entre 1.500 e 3.000 combatentes como resultado de perdas nos campos de batalha, deserções e dificuldades no recrutamento".
No Iraque, além de uma "breve intensificação" no início do ano, as "atividades" do EI permanecem "em grande parte contidas", sublinha o relatório.
"No entanto, o grupo ainda é capaz de realizar ataques esporádicos e contundentes. Opera em pequenos destacamentos, que não ultrapassam cinco membros, em zonas de terreno difícil", acrescenta.
O relatório explica ainda que "o modus operandi" dos jihadistas consiste na realização de sequestros para obtenção de resgate e na realização de ataques seletivos contra forças de segurança e infraestruturas.
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