A Anistia Internacional declarou o jornalista guatemalteco José Rubén Zamora um "prisioneiro de consciência" e exigiu a sua libertação imediata e incondicional, após dois anos de prisão por acusações de corrupção contra o governo anterior. 

Zamora "é perseguido pelo exercício do seu direito à liberdade de expressão no âmbito do seu trabalho jornalístico que investiga e expõe a corrupção", afirmou a diretora da Anistia para as Américas, Ana Piquer, em um comunicado. 

"Hoje, a Anistia Internacional declarou o jornalista José Rubén Zamora prisioneiro de consciência", diz o comunicado. 

"Ao nomear uma pessoa como prisioneiro de consciência, a Anistia Internacional afirma que essa pessoa deve ser libertada imediata e incondicionalmente", acrescenta.

Piquer afirmou que Zamora "é mais uma vítima da estratégia de perseguição por motivos políticos" promovida pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público, chefiado pela questionada procuradora-geral Consuelo Porras, sancionada pelos Estados Unidos e pela União Europeia por "ator corrupto".

"Ele não deveria passar mais um dia na prisão, seu sofrimento deve parar imediatamente", exigiu Piquer. 

Crítico do governo anterior do direitista Alejandro Giammattei (2020-2024), Zamora, fundador do veículo investigativo El Periódico, está preso desde 29 de julho de 2022.

O jornalista, de 67 anos, foi acusado de suposta chantagem e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público, que também revistou a redação do seu jornal, que fechou quase um ano após a sua detenção. 

Zamora foi condenado em 14 de junho de 2023 a seis anos de prisão por lavagem de dinheiro, mas a sentença foi anulada por um tribunal de apelação quatro meses depois. 

O tribunal ordenou a repetição do julgamento, mas ainda não há data devido a recursos pendentes.

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