O partido independentista da Catalunha ERC aprovou, nesta sexta-feira (2), um acordo para a investidura dos socialistas do presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, nesta importante região.

Garantir o apoio da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) é chave para os socialistas, que obtiveram o maior número de cadeiras nas eleições regionais realizadas na Catalunha em maio, mas sem conseguir formar uma maioria no Legislativo catalão.

Os socialistas, liderados nesta região do nordeste da Espanha pelo ex-ministro da Saúde, Salvador Illa, obtiveram 42 cadeiras, de um total de 135. 

A aliança de extrema esquerda Sumar, aliada da coalizão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em nível nacional, obteve seis, e a ERC, 20.

Formar governo na Catalunha contribuiria para justificar a estratégia de Sánchez de fazer concessões para tentar reduzir o apoio ao independentismo, entre elas uma polêmica anistia para os envolvidos em um referendo ilegal em 2017 sobre a independência, que desencadeou a pior crise política na Espanha em décadas.

Para formar governo, Illa necessitará de pelo menos 68 votos no primeiro turno no Parlamento catalão, ou maioria simples no segundo.

Em uma votação interna, os militantes do ERC aprovaram nesta sexta-feira um pré-acordo de apoio aos socialistas para formar governo na Catalunha, com 53,5% a favor e 44,8% contrários.

"Hoje o resultado é um sim", declarou a secretária-geral do partido, Marta Rovira, em coletiva de imprensa em Barcelona.

O acordo prevê conceder à Catalunha o pleno controle dos impostos arrecadados na região, durante décadas uma das principais reivindicações dos partidos independentistas.

A proposta, que ainda deve ser aprovada pelo Parlamento espanhol, é rejeitada pela oposição conservadora - que argumenta que privará o Estado central de uma importante fonte de receitas -, bem como por setores do Partido Socialista.

Sánchez defendeu o acordo, afirmando na quarta-feira que ele permitirá "inaugurar um novo tempo na Catalunha que será positivo para a sociedade catalã e para o conjunto da sociedade espanhola".

Se os partidos não chegarem a um acordo sobre um novo chefe do governo regional da Catalunha antes de 26 de agosto, serão convocadas novas eleições em outubro.

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