O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou neste domingo (4) a "conduta exemplar" da Guarda Nacional — o corpo militar encarregado da ordem pública — diante dos protestos de opositores contra sua reeleição nas eleições de 28 de julho, os quais já deixaram pelo menos 11 civis mortos.

"Quero parabenizar esta profissional, humana e poderosa Guarda Nacional (...), porque vocês têm sido e são a coluna vertebral da paz, da proteção do povo, da tranquilidade, da segurança", disse Maduro em um evento pelo 87º aniversário desta corporação, na presença do alto comando das Forças Armadas.

"Estamos enfrentando nas ruas da Venezuela um golpe de Estado (...), um golpe de Estado imperialista, uma emboscada imperialista", continuou o presidente socialista.

Maduro teve a vitória ratificada na sexta-feira pela autoridade eleitoral, acusada pela oposição de servir ao chavismo. O Conselho Nacional Eleitoral afirma que o presidente foi reeleito para um terceiro mandato com 52% dos votos, contra 43% do candidato opositor Edmundo González Urrutia.

A oposição, no entanto, denuncia fraude.

As manifestações contra a proclamação da vitória de Maduro, que ocorrem desde segunda-feira, já deixaram pelo menos 11 civis mortos, segundo organizações de direitos humanos, e mais de 2.000 detidos.

No evento deste domingo, no qual autorizou promoções e concedeu condecorações, o presidente expressou suas condolências às famílias de dois membros da Guarda Nacional mortos em episódios de violência durante os protestos.

"Foram assassinados nas emboscadas dos criminosos, delinquentes contratados, preparados e treinados para este golpe de Estado", disse.

"O fascismo na Venezuela não tomará o poder. Estou disposto a tudo", advertiu Maduro, que no sábado garantiu a continuidade dos patrulhamentos "policiais e militares" em todo o país para "proteger o povo".

O alto comando das Forças Armadas declarou "absoluta lealdade" ao presidente venezuelano.  

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