O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou nesta segunda-feira o "fascismo" das redes sociais que, segundo ele, não "toleram fotos dos mártires palestinos" sem censurá-las, no quarto dia de bloqueio do Instagram em seu país.

A Turquia bloqueou nesta terça-feira o acesso a rede social sem dar explicações. Com sua mensagem, o chefe de Estado pareceu confirmar as motivações desta decisão.

"Enfrentamos um fascismo digital que não pode tolerar nem sequer fotos de mártires palestinos sem proibi-las imediatamente", disse Erdogan em Ancara, diante de membros de seu partido.

"Estas empresas declararam guerra à gloriosa resistência e aos heróis do povo palestino no mundo virtual. As vemos agir como uma máfia cada vez que seus interesses estão em jogo", prosseguiu.

"Isto não é novo. Já as vimos agir com um padrão duplo quanto se tratava de Turquia (...) A mentira e as provocações se tornaram a marca destas plataformas", afirmou.

Segundo Erdogan, estas companhias "respeitam as normas nos Estados Unidos e Europa, mas as descumpriram conscientemente quando em relação a combater os conteúdos criminosos na Turquia".

A decisão tuca de bloquear o Instagram foi anunciada na sexta-feira pela autoridade de telecomunicações (BTK). 

O diretor de comunicação da Presidência turca, Fahrettin Altun, havia afirmado na quarta-feira que a plataforma impedia a "publicação de mensagens de condolências pelo martírio do líder do Hamas Ismail Haniyeh", morto em ataque no Irã atribuído a Israel.

O ministro turco de Transportes e Infraestruturas, Abdulkadir Uraloglu, anunciou no X que se reunirá "à tarde" com os diretores da plataforma.

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