As autoridades romenas protestaram, nesta terça-feira (6), vigorosamente contra o tratamento “desonroso” que, na sua opinião, duas das suas ginastas olímpicas sofreram no exercício de solo da última segunda-feira, onde a brasileira Rebeca Andrade conquistou o ouro.
Ana Barbosu e Sabrina Voinea ficaram de fora do pódio da final, atrás de Rebeca Andrade, da estrela americana Simone Biles, prata, e da compatriota Jordan Chiles, bronze.
As duas ginastas romenas criticaram a forma como a prova foi desenvolvida e deixaram a Arena Bercy aos prantos.
Ana Barbosu, de 18 anos, foi inicialmente anunciada como medalhista de bronze, e até trouxe a bandeira romena para comemorar, antes de ser rebaixada para a quarta posição porque os juízes haviam reavaliado para cima a pontuação de Chiles.
Sabrina Voinea, quinta, contestou sem sucesso o seu resultado.
“Fiz meu melhor exercício” e “não entendo por que fui penalizada. Sei que merecia uma nota melhor”, disse a ginasta de 17 anos à imprensa.
Sua mãe e treinadora, Camelia Voinea, anunciou sua aposentadoria do circuito logo depois no Facebook.
A lenda Nadia Comaneci entrou no debate, saindo em defesa das duas jovens ginastas em uma série de mensagens na rede X, nas quais pedia para rever a qualificação de Sabrina Voinea e garantir a “saúde mental” das atletas.
Perante o escândalo, a Federação Romena de Ginástica anunciou, nesta terça-feira, a sua intenção de apresentar dois processos perante o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), disse à AFP a sua presidente, Carmencita Constantin.
O primeiro-ministro ainda declarou que não irá participar na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris, no próximo domingo.
“Nossas atletas foram tratadas de maneira totalmente desonrosa”, disse Marcel Ciolacu, que falou de “flagrante injustiça”.
O chefe do governo romeno prometeu a ambas que serão “tratadas como campeãs olímpicas” no regresso ao país, onde os medalhistas de bronze têm direito a uma recompensa de 60 mil euros.
ani-anb/avl/ma/jmo/dd