O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou, nesta quarta-feira (7), os seus planos para permitir mais publicidade indireta de produtos nos Jogos, uma mudança significativa na sua política de manter as marcas afastadas do esporte.

Os Jogos de Paris, que terminam no próximo domingo, abriram novos espaços para a promoção de parceiros comerciais como a gigante francesa de luxo LVMH e a fabricante de telefones Samsung.

“É realmente a direção que queremos seguir”, disse Anne-Sophie Voumard, diretora geral de televisão e marketing do COI, aos repórteres, nesta quarta-feira.

“Queremos continuar a ser muito, muito únicos no sentido de que somos uma propriedade onde não há visibilidade (publicitária) em campo. Mas queremos trabalhar com os nossos parceiros para que possam integrar os seus produtos da forma mais organizada possível nos Jogos", disse Voumard.

“É um rumo consciente e desejado e nos próximos Jogos teremos mudanças nesta área”, acrescentou.

O COI tem há muito tempo um lucrativo programa de patrocínio corporativo com marcas como Toyota, Coca-Cola e Visa, embora nenhuma marca apareça em campos ou instalações desportivas, privando o COI de receitas adicionais.

Durante o evento olímpico de Paris, inaugurado em 26 de julho, a Louis Vuitton, propriedade da LVMH, é uma marca de grande visibilidade durante as cerimônias nos pódios onde suas bandejas são utilizadas para transportar as medalhas.

A logomarca e os baús da empresa também apareceram durante a cerimônia de abertura.

- Selfie no pódio -

Em outra inovação de Paris, os atletas vencedores recebem um celular Samsung quando sobem ao pódio para tirar uma selfie.

“Os atletas não podem trazer itens pessoais ou telefones para o campo de jogo”, explica Voumard. “Ao fazer parceria com a Samsung, podemos capturar aquele momento que é tão único para eles.”

A Coca-Cola também conseguiu colocar garrafas douradas entre alguns atletas durante a cerimônia de abertura realizada no rio Sena.

Michael Payne, ex-chefe de marketing do COI, disse à AFP na semana passada que o Comitê Olímpico Internacional enfrentaria um equilíbrio delicado na busca de oportunidades para seus patrocinadores, bem como para aqueles que fazem parceria com as cidades-sede.

“A publicidade indireta dos produtos dos patrocinadores pode não ser errada, mas necessita de uma gestão excepcionalmente cuidadosa”, disse ele.

De acordo com Payne, a LVMH “fez um anúncio global maciço e gratuito” durante a cerimônia de abertura e “todos os outros parceiros estarão se perguntando como isso foi feito”.

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