Um agente da polícia catalã, o terceiro desde quinta-feira, foi detido pelo suposto envolvimento na fuga do líder independentista Carles Puigdemont após sua breve aparição em Barcelona, informou nesta sexta-feira (9) à AFP a força de segurança regional Mossos d'Esquadra.
Outros dois agentes que haviam sido presos na véspera também sob suspeita de terem colaborado com a fuga de Puigdemont foram libertados algumas horas depois, embora continuem sendo investigados.
Puigdemont, que estava fora da Espanha desde 2017 para fugir da justiça após a tentativa fracassada de secessão da Catalunha em outubro daquele ano, fez um breve discurso diante de milhares de simpatizantes nas proximidades do Parlamento catalão, antes de fugir e retornar à Bélgica.
“Hoje estou em Waterloo”, uma cidade perto de Bruxelas, “depois de alguns dias extremamente difíceis”, escreveu Puigdemont em uma postagem nesta sexta na rede social X.
O ex-presidente regional conseguiu escapar do amplo aparato de segurança montado para prendê-lo e não compareceu ao Parlamento catalão para participar da votação de investidura do novo presidente.
Esta nova fuga gerou uma avalanche de críticas ao aparato montado para prender Puigdemont, já que ele havia anunciado seu retorno com antecedência.
Na linha de frente está a polícia catalã, cuja atuação já havia sido questionada durante a crise de 2017.
O juiz do Tribunal Supremo espanhol Pablo Llarena, que conduz o caso contra Puigdemont, pediu nesta sexta explicações ao Ministério do Interior e aos Mossos pelo "fracasso".
Alguns denunciaram a existência de um pacto entre a polícia regional e o líder independentista fugitivo.
"Quero deixar muito claro que em nenhum momento se negociou a detenção do senhor Carles Puigdemont, nós não negociamos nem acordamos nada", ressaltou Eduard Sallent, comissário-chefe dos Mossos d'Esquadra, assegurando que tudo estava preparado para prender o líder catalão quando ele se aproximasse do Parlamento.
mig/an/js/jb/ic