As autoridades começaram a retirar, neste sábado (10), os corpos das 62 vítimas do acidente de avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, e realizavam perícias no local para determinar as possíveis causas da queda impressionante. 

O avião caiu na sexta-feira (9) em uma área residencial da cidade de Vinhedo, cerca de 80 km a noroeste da cidade de São Paulo. 

Segundo os bombeiros, 16 corpos já foram retirados da massa de ferro em que foi convertida a fuselagem do avião. 

Cerca de 200 pessoas trabalham neste sábado para recuperar os corpos, que serão levados ao necrotério de São Paulo. 

Patrulhas policiais, ambulâncias e caminhões de bombeiros entravam e saíam do Residencial Recanto Florido, um condomínio situado em um bairro tranquilo e arborizado na cidade de Vinhedo, onde o avião caiu, constatou a AFP. 

A chuva persistente que cai desde a noite de sexta-feira dificulta os trabalhos. É uma tarefa difícil que pode levar "até dias", disse à AFP o porta-voz dos bombeiros no local, capitão Maycon Cristo.

A Voepass, companhia aérea que operou o voo, voltou a subir o número de vítimas para 62 neste sábado, após verificação da lista de passageiros. Todos eram cidadãos brasileiros, segundo a companhia aérea. 

A aeronave da fabricante franco-italiana ATR viajava de Cascavel, no estado do Paraná (sul), com destino ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. 

Imagens transmitidas na sexta-feira pela imprensa local mostraram um avião de grande porte caindo em alta velocidade. 

De acordo com o site de rastreamento de voos Flight Radar 24, o avião voou por quase uma hora a 17.000 pés (5.180 metros), até que às 13h21, horário local, começou a perder altitude e em apenas um minuto teve uma queda acentuada para 4.100 pés (1.250 metros).

A Força Aérea Brasileira informou que a aeronave perdeu contato com o radar às 13h22, horário local.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) abriu uma investigação para apurar as causas do acidente. Na sexta-feira, investigadores do Cenipa recuperaram a caixa-preta com os registros do voo para análise, informaram as autoridades.

- Manutenção em dia -

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, o avião, que voava desde 2010, cumpria com todas as normas vigentes e a tripulação com todos os certificados válidos. 

O diretor de operações da Voepass, Marcel Moura, disse que na noite anterior ao acidente o avião havia passado por "manutenção de rotina" e não apresentava "nenhum tipo de problema técnico". 

Moradores do bairro onde ocorreu o acidente descreveram ter ouvido um barulho alto e depois visto o avião desabar em queda livre. Após atingir o solo, pegou fogo e soltou uma enorme coluna de fumaça, segundo vídeos gravados por moradores.

A fabricante ATR afirmou em comunicado que foi informada do acidente e que os seus especialistas "estão totalmente empenhados em apoiar a investigação em andamento". 

Em 2007, um Airbus A320 da companhia aérea brasileira TAM não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e caiu com 187 pessoas a bordo. O acidente deixou 199 mortos, incluindo 12 pessoas que trabalhavam na pista. 

Um Airbus A-330 da Air France desapareceu em 2009 no oceano Atlântico ao entrar em uma zona de turbulência após decolar do Rio de Janeiro com destino a Paris com 228 pessoas a bordo. Não houve sobreviventes.

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