O presidente ruandês, Paul Kagame, tomou posse para um quarto mandato neste domingo (11), depois de obter mais de 99% dos votos nas eleições do mês passado.
Dezenas de chefes de Estado e outros dignatários africanos viajaram para assistir à cerimônia de posse, organizada na tarde deste domingo em um estádio lotado com capacidade para 45 mil pessoas na capital Kigali.
Paul Kagame, de 66 anos, prestou juramento perante o presidente da Suprema Corte, Faustin Ntezilyayo, e prometeu "preservar a paz e a soberania nacionais" e "consolidar a unidade nacional".
A sua vitória nas eleições presidenciais de 15 de julho nunca foi judicialmente questionada, uma vez que o presidente governa este pequeno país do leste da África com mão de ferro desde o fim do genocídio de 1994.
Kagame venceu as eleições com 99,18% dos votos, segundo a comissão eleitoral. Os defensores dos direitos humanos destacaram que este resultado representa uma forte prova da falta de democracia em Ruanda.
Em julho de 1994, Kagame, liderando uma rebelião do partido Frente Patriótica Ruandesa (RPF), derrubou o governo extremista hutu, instigador do genocídio que, segundo a ONU, deixou mais de 800 mil mortos, majoritariamente da minoria tutsi.
Desde então, tem sido endossado pela espetacular recuperação econômica de seu país, mas também criticado pela falta de abertura democrática. Os defensores dos direitos humanos e a oposição acusam-no de governar em um ambiente de medo, intimidação, detenções arbitrárias, sequestros e assassinatos.
Apenas dois candidatos foram autorizados a concorrer contra ele nas eleições de julho, enquanto os outros seis, alguns deles opositores altamente críticos de Kagame, não foram autorizados a competir.
Frank Habineza, líder do Partido Democrático Verde, único partido de oposição autorizado, e o independente Philippe Mpayimana obtiveram 0,50% e 0,32% dos votos, respectivamente.
Com 65% da população com menos de 30 anos, a maioria dos ruandeses não conheceu outro presidente senão Paul Kagame. O presidente ruandês venceu com mais de 93% dos votos cada uma das eleições presidenciais em que concorreu.
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