SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, disse na sua denúncia de violência doméstica contra o ex-presidente Alberto Fernández que foi pressionada por ele a realizar um aborto em 2016, de acordo com a imprensa do país vizinho.

 

Yañez apresentou nesta segunda-feira (12) sua denúncia formal contra Fernández no consulado argentino em Madri, na Espanha, onde mora. No documento de 20 páginas, ela o acusa de lesões graves e abuso de autoridade, entre outros crimes.

 



 

O aborto teria acontecido em 2016, de acordo com o portal de notícias Infobae. Na época, a relação entre Yañez e Fernández era recente, e o ex-presidente teria dito que uma gravidez naquele momento não poderia ocorrer. "Ele disse: não posso contar a ninguém que vou ter um filho com você em tão pouco tempo", afirmou Yañez.

 

 

A ex-primeira-dama deve entrar em mais detalhes nesta terça-feira (13), quando dará, de maneira remota, seu primeiro depoimento à Justiça argentina. Yañez e Fernández tiveram um filho em 2022, quando o político ainda estava no cargo de presidente.

 

A repercussão do caso na Argentina escalou quando o Infobae publicou fotos de Yañez machucada, nos olhos e nos braços, na noite desta quinta (8). A própria ex-primeira-dama as teria enviado a Fernández pelo aplicativo WhatsApp.

 

Em capturas de tela das mensagens também reveladas pelo portal, há textos como: "Isso já não funciona se a todo momento você me bate. Não posso deixar que você me faça isso quando não te fiz nada. Tudo que tento fazer é defender-me, e você me agride fisicamente."

 

Em outra, a ex-primeira-dama relata que havia três dias que Fernández a agredia. O peronista se torna o primeiro presidente argentino da história acusado formalmente de violência de gênero.

 

Desde então, Fernández teve seu celular apreendido em Buenos Aires, e vieram à tona relatos de funcionários que trabalhavam na residência presidencial corroborando as denúncias de Yañez -eles dizem que o viram puxando os cabelos da então primeira-dama.

 

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Fernández se manifestou em nota. Antes da divulgação das fotos pela imprensa, disse que "a verdade dos fatos é outra; apenas direi que é falso e que jamais ocorreu o caso de que agora me acusam".

 

"Pela integridade de meus filhos, da minha pessoa, e também da própria Fabiola, não farei declarações midiáticas, mas apresentarei diante da Justiça as provas e os testemunhos que vão evidenciar o que realmente ocorreu."

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