Quarenta e quatro por centro dos jornalistas foram vítimas de violações dos direitos humanos na Colômbia, sobretudo por parte de grupos armados ilegais e estatais, informou a Defensoria do Povo (obdusman) nesta terça-feira (13).
"Os grupos armados ilegais, as organizações do crime organizado [...] são os principais violadores ou os que geram o maior risco para o exercício jornalístico na Colômbia", disse Julio Solano, delegado de liberdade de expressão da instituição, durante a apresentação de um relatório.
Esta é a primeira vez que a entidade encarregada de zelar pelos direitos humanos faz um balanço do tipo em um dos países latino-americanos mais perigosos para o trabalho da imprensa, devido ao conflito armado de seis décadas.
Vinte e oito por centro das violações foram praticadas por guerrilhas, como o ELN, dissidências das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e grupos paramilitares, segundo o informe.
As agressões da força pública e outras entidades estatais representam 24% dos casos, enquanto 12% correspondem a agressões de líderes políticos "e, em alguns casos, funcionários" públicos, acrescentou Solano.
A ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera a Colômbia "um dos países mais perigosos do continente para os jornalistas", atrás de Venezuela, Cuba, Nicarágua ou Honduras.
Do total de violações documentadas pela Defensoria do Povo, 37% correspondem a violações da liberdade de expressão e informação. Trinta e seis por cento dos jornalistas entrevistados afirmaram ter sofrido ameaças contra sua vida ou integridade física.
Vários profissionais de comunicação foram alvo dos diversos grupos armados que, financiados pelo narcotráfico, operam na Colômbia, país mergulhado em um conflito armado que causou 9,5 milhões de vítimas.
Segundo o estatal Centro Nacional de Memória Histórica, 152 jornalistas foram assassinados desde 1977 no exercício da profissão. Metade dos casos fica impune.
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