Não há mais frente ativa, apenas alguns focos dispersos, mas os bombeiros gregos continuam mobilizados nesta quarta-feira(14) para combater o incêndio florestal que queima os arredores de Atenas desde domingo e que causou a morte de uma mulher, danos importantes e o deslocamento de milhares de pessoas.

"Aproximadamente 530 bombeiros estão mobilizados com 145 veículos e recebemos ajuda de nossos colegas europeus, embora ainda não tenham sido destacados na Ática", afirmou o porta-voz dos bombeiros à AFP.

Cerca de 300 bombeiros, além de helicópteros, veículos de combate à incêndio e caminhões-tanque foram enviados à Grécia de seis países (França, Itália, República Tcheca, Romênia, Sérvia e Turquia), depois que o país ativou o mecanismo de proteção civil da União Europeia.

Impulsionado por ventos fortes, o pior incêndio florestal do ano na Grécia se propagou por um território seco e devastou 10.000 hectares, destruindo vários edifícios e veículos. Quase cem casas foram danificadas, segundo a Defesa Civil.

Segundo o site meteo.gr, 37% das florestas da Ática foram queimadas nos últimos oito anos. 

O incêndio começou na tarde de domingo perto da histórica cidade de Maratona, 40 quilômetros a nordeste de Atenas, que tem mais de 7.000 habitantes e teve de ser evacuada. 

Dezenas de ordens de evacuação foram enviadas aos moradores da região. Vários estádios foram abertos para receber os deslocados. 

Na manhã de terça-feira, o corpo de uma mulher moldava, de 60 anos, foi encontrado em seu local de trabalho, uma fábrica incendiada, em Jalandri, perto de Atenas, segundo as autoridades.

- Poste elétrico defeituoso -

Os investigadores verificaram o terreno onde o incêndio começou no município de Varnavas e, segundo o jornal de centro-direita Kathimerini, seu rastro aparentemente leva a um poste de eletricidade danificado. 

A população está indignada com a falta de preparação do país para enfrentar os incêndios que ocorrem quase todos os verões. 

Após uma reunião de emergência entre ministros na noite de terça-feira, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis disse que estava fazendo "o possível para melhorar a cada ano, mas as condições estão se tornando mais difíceis". 

Nesta quarta-feira, ele visitou uma base militar onde aviões dos bombeiros estão estacionados e agradeceu aos pilotos pela dedicação e "o excelente trabalho realizado" nos últimos dias. 

Na noite de terça-feira, em frente ao Parlamento, cerca de 200 pessoas protestaram contra o "crime" do governo. 

O risco de incêndios continua muito elevado nesta quarta-feira, especialmente no norte da Grécia, alertaram os bombeiros. 

A Grécia está ainda mais vulnerável a incêndios florestais após um inverno muito seco. Os meses de junho e julho foram os mais quentes desde o início dos registros em 1960.

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