Muhammad Abdallah Kounta, membro da equipe francesa de atletismo que participou dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, foi suspenso nesta quarta-feira (14) pela federação do país por ter publicado e compartilhado mensagens de incitação ao ódio nas redes sociais.

"O presidente da @FFAthletisme me confirmou que suspendeu o atleta e contactou o procurador da República e a comissão disciplinar da federação", informou no X a ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castera.

Oudéa-Castera definiu as mensagens e publicações, em especial as em relação a Israel, como "tão chocantes quanto inadmissíveis".

Kounta apagou as publicações e chegou a desativar sua conta no X, mas logo depois o atleta a reativou para publicar um pedido de desculpas, no qual se apresenta como "francês, muçulmano e orgulhoso".

"Há pessoas que se divertiram procurando entre meus tuítes para tirar algumas das minhas mensagens de contexto, criando para mim uma reputação de antibranco, antifrancês, antissemita e um longo etc", explicou o atleta que participou dos revezamentos 4x100 metros masculino e misto nos Jogos de Paris.

"Peço desculpas sinceras se há pessoas ofendidas. Sou contra os genocídios e qualquer forma de racismo ou injustiça, e acho desnecessário ter que provar o quanto amo o meu país", continuou.

Ao ser contactada pela AFP, a Federação Francesa de Atletismo (FFA) não se pronunciou especificamente sobre o caso de Kounta, mas sim sobre "declarações de vários atletas da equipe da França durante os Jogos Olímpicos", em referência às mensagens de caráter homofóbico publicadas há dez anos pelo corredor de meia distância Hugo Hay, que também participou dos Jogos de Paris-2024.

"A Federação lembra ao conjunto de atletas da equipe da França que a expressão de suas opiniões pessoais não deve, em nenhum caso, colocar em risco a união do atletismo francês e da equipe da França, e deve responder aos valores republicanos", explicou a FFA.

"Condenamos o fato de os atletas terem aproveitado a festa olímpica como uma oportunidade para expor suas ideias pessoais, algumas das quais constituem crime", continua o texto.

"Por isso, o presidente da Federação tem procurado sistematicamente as instituições competentes, com o objetivo de esclarecer os fatos, e continuará a fazê-lo no futuro", lembrou a FFA.

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