O governo argentino decretou nesta quarta-feira (14) que a Federação Argentina de Futebol (AFA) tem um ano para modificar o seu estatuto e aceitar as sociedades desportivas (SAD) na liga profissional, que até agora eram proibidas. 

No prazo de um ano, a AFA e as demais associações, federações e confederações devem adaptar as suas regras para que qualquer clube que se torne sociedade anônima mantenha a sua participação "em qualquer competição em que tenha participado sob sua estrutura jurídica anterior", detalha o decreto presidencial publicado nesta quarta-feira (14). 

A medida é uma continuação de outro decreto do final de 2023 que, entre outras 300 reformas, abriu caminho para que os clubes de futebol argentinos se tornassem sociedades anônimas em vez de associações civis sem fins lucrativos, como são atualmente. 

O estatuto da AFA não permite a participação de equipes que sejam sociedades anônimas nas suas competições.

Em julho, o Comitê Executivo da AFA voltou a descartar a possibilidade de alteração do seu regulamento. 

Em maio também houve uma onda de rejeição por parte dos clubes argentinos à SAD, quando surgiu na imprensa que havia grupos empresariais interessados em comprar alguns.

O presidente da Argentina, Javier Milei, expressa repetidamente a sua posição a favor da participação do capital privado no futebol, seguindo a linha da política liberal do seu governo. 

Milei se manifestou nesse sentido antes mesmo de vencer as eleições de 2023, mas a grande maioria dos clubes se opôs. 

Entre os signatários estava o Boca Juniors, que afirmou em sua conta no X: "O Boca Juniors ratifica seu caráter de Associação Civil sem fins lucrativos e a premissa de que nosso clube pertence ao seu povo, sócios e sócias que o tornam maior a cada dia". 

E o maior vencedor do campeonato argentino, o River Plate, que reafirmou: "O Club Atlético River Plate é uma Associação Civil sem fins lucrativos, e pertencerá sempre aos seus sócios e sócias que são a base destes 122 anos de Grandeza".

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