Cinco rabinos israelenses condenaram nesta quarta-feira (14) a presença de judeus, incluindo a de um ministro de extrema direita de Israel, que oraram na véspera na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, reforçando a proibição para os fiéis do judaísmo de visitarem o disputado local.
O ministro israelense da Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, rezou na terça-feira com cerca de 3 mil judeus no local, o que gerou condenações da comunidade internacional.
A ONU, a União Europeia, os Estados Unidos e vários países muçulmanos condenaram a oração, que foi classificada como "inaceitável" e uma "provocação inútil".
Localizada na parte da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, a Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã, está construída sobre as ruínas do segundo templo judaico, destruído em 70 d.C. pelos romanos.
Para os judeus, é o Monte do Templo, o lugar mais sagrado do judaísmo.
Ben Gvir filmou a si próprio no local por ocasião do Tisha Beav, a comemoração judaica da destruição dos dois Templos, pedindo especialmente que se "derrote" o Hamas, ao invés de negociar com o movimento islamista palestino contra quem Israel trava uma guerra em Gaza.
De acordo com o status quo estabelecido após a conquista de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, os não-muçulmanos estão autorizados a visitar a Esplanada das Mesquitas, que abriga a Cúpula da Rocha e a mesquita de Al Aqsa, em horários específicos e sem rezar, uma norma cada vez menos seguida por alguns judeus nacionalistas.
O local é administrado pela Jordânia, mas o acesso é controlado pelas forças de segurança israelenses.
"Peço às nações do mundo que não considerem esses ministros do governo como representantes do povo judeu", declarou Yitzhak Yossef, ex-grande rabino de Israel, em um vídeo.
"Nós [os judeus] queremos a paz entre as nações, e não devemos ser guiados por grupos extremistas", acrescentou.
Outros quatro rabinos, figuras de referência para um amplo setor dos judeus ortodoxos, aparecem no vídeo e lembram a posição de que "é estritamente proibido [aos judeus] entrar no Monte do Templo".
No vídeo, o rabino Cohen chama os participantes de "patifes que profanam publicamente o Templo".
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu denunciou um "ato" que é "uma exceção ao status quo".
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