O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reiterou, nesta quinta-feira (15), suas críticas à postura dos Estados Unidos frente à crise pós-eleições na Venezuela e evitou comentar sobre a possibilidade de um novo pleito no país sul-americano. 

"Quem é esse senhor para dizer quem ganhou e quem perdeu?", disse o mandatário de esquerda, referindo-se às declarações do secretário de Estado americano, Antony Blinken, após a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das controversas eleições de 28 de julho.

Em sua habitual coletiva de imprensa, López Obrador evitou responder se concorda ou não com a realização de novas eleições na Venezuela, sugestão feita por seus colegas do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, com quem busca soluções para a crise.

"Vamos ver o que o tribunal resolve (...), não acho que seja prudente que nós, de fora, um governo estrangeiro, seja quem for, opinemos sobre algo que cabe aos venezuelanos resolver", afirmou.

A oposição venezuelana afirma que as eleições foram vencidas com folga por seu candidato, Edmundo González Urrutia, e acusa Maduro de "fraude".

López Obrador questionou Blinken um dia após este ter conversado por telefone com a chanceler mexicana, Alicia Bárcena, sobre a situação na Venezuela.

O presidente assegurou, no entanto, que não tinha "informações detalhadas" sobre esta conversa.

A chancelaria mexicana informou, na noite de quarta-feira, pela rede social X, que Bárcena reiterou a Blinken a posição do México de aguardar uma declaração do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela – alinhado ao governo -, ao qual Maduro pediu para "certificar" o resultado das eleições.

Ela também insistiu na "transparência" por parte das "autoridades competentes", enquanto Blinken expressou seu "apoio às posições" de Brasil, Colômbia e México.

"Não estamos a favor nem de um, nem de outro, o que queremos é que os resultados sejam divulgados", reafirmou López Obrador nesta quinta-feira, reiterando seu pedido para que tudo seja resolvido sem "violência" nem "repressão".

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Maduro como vencedor, mas segue sem divulgar as atas de votação.

A oposição denuncia fraude no processo eleitoral e divulgou registros que afirma comprovarem a vitória esmagadora de González Urrutia.

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