Enfrentar a crise habitacional e sustentar o poder de compra por meio de medidas fiscais e novas regulamentações são as propostas que a vice-presidente dos EUA e candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, apresentou nesta sexta-feira (16) em seu programa econômico, imediatamente descrito como comunista por seu adversário republicano, Donald Trump.

A democrata de 59 anos irá à Carolina do Norte nesta sexta-feira (16) para apresentar suas ideias, mas sua equipe de campanha já apresentou algumas para debate.

Uma delas é a construção de três milhões de novas casas para resolver a “escassez” habitacional. Isso é complementado pela assistência ao comprador de primeira viagem de até 25 mil dólares (136,5 mil reais na cotação atual), além de leis para desencorajar a especulação imobiliária.

Kamala promete ajudar as famílias com créditos fiscais para quem tem recém-nascidos com valores de até 6 mil dólares (32,7 mil reais).

A candidata democrata também propõe controlar as empresas que “inflacionam” os preços além do necessário, principalmente no setor de alimentos.

Em questões de saúde, ela quer estender a toda a população um dispositivo que limita o custo da insulina para idosos a 35 dólares (R$ 191) por mês e encontrar uma solução para o problema das dívidas contraídas para pagar tratamento médico.

Kamala sabe que o custo de vida, que continua alto após anos de inflação, está prejudicando politicamente o governo que ela integra com Joe Biden, apesar do crescimento robusto e de um mercado de trabalho sólido.

- "Comunismo" -

“Camarada Harris está indo a fundo no comunismo!”, reagiu nesta sexta-feira Trump, que é particularmente crítico da ideia de controle dos preços.

O termo tem uma forte conotação pejorativa nos Estados Unidos.

“Houve várias tentativas na história de limitar os preços e elas fracassaram porque provocaram filas na frente das lojas, escassez e uma explosão de desigualdade”, criticou o milionário republicano de 78 anos.

A equipe de campanha de Kamala acusa o republicano de preparar benefícios fiscais para “seus amigos ultra-ricos”.

Além disso, eles criticam a política de aumento de tarifas promovida pelo ex-presidente porque, segundo eles, isso aumentaria a inflação.

De acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira pela Universidade de Michigan, 41% dos consumidores acham que a vice-presidente é uma candidata melhor para a economia, e 38% acreditam que Trump é o indicado nessa questão.

Anteriormente, Trump tinha ampla vantagem sobre Joe Biden nas pesquisas de opinião.

A democrata provocou a fúria de Trump ao propor a eliminação de impostos sobre gorjetas no setor de hotéis e restaurantes, e o republicano a acusou de “plagiar” uma de suas ideias.

A vice-presidente prometeu aumentar o salário mínimo se vencer as eleições presidenciais americanas em 5 de novembro.

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