A Venezuela lançou novas notas de 200 e 500 bolívares, equivalentes a 29 e 74 reais, que se tornam as denominações mais altas do país, atingido por anos de inflação e por uma desvalorização constante da moeda, anunciou o Banco Central venezuelano (BCV) nesta sexta-feira (16).
"As novas notas começarão a circular gradativamente", informou o BCV. O país colocou em circulação a atual família de cédulas e moedas em outubro de 2021, quando cortou seis zeros do bolívar para facilitar as operações, na terceira reconversão desde 2008. No total, já foram eliminados 14 zeros.
Em meio a uma crise econômica que levou mais de 7 milhões de venezuelanos a emigrar, segundo a ONU, a perda de valor da moeda local levou a um processo de dolarização informal, enquanto as operações em bolívares são realizadas com cartões de débito ou por via eletrônica, em sua grande maioria. O dinheiro em espécie foi relegado a pequenas operações, como a compra de uma passagem de ônibus.
Apesar da tensão política, que voltou a escalar após a reeleição do presidente Nicolás Maduro, o aumento dos preços desacelerou e as taxas de câmbio se estabilizaram. A inflação em junho foi de 1%, e de 51,3% em 12 meses, segundo o BCV.
Em 2023, a inflação foi de 189,8%, contra 234% em 2022 e 686,4% em 2021, após quatro anos de hiperinflação, quando o índice chegou a 130.000% em 2018, no auge da crise.
O dólar se mantém há meses em torno de 37 bolívares, após anos de uma desvalorização acelerada da moeda.
O governo Maduro mantém congelado desde 2022 o salário mínimo, que foi diluído do equivalente a 164 reais mensais para menos de 22, embora tenham sido aplicados bônus que o elevam a cerca de 710 reais por mês.
erc/atm/dga/lb/am