A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, está neste domingo (17) na Pensilvânia (leste), um estado crucial para as eleições presidenciais de novembro, antes de se dirigir a Chicago para uma convenção partidária que contará com medidas de segurança rigorosas.
A democrata de 59 anos, que reacendeu as esperanças de vitória contra Donald Trump após a desistência de Joe Biden, percorre o "swing state" (estado indeciso) de ônibus.
A candidata e seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota Tim Walz, querem mostrar seu apoio à classe trabalhadora, em um estado no qual o atual presidente venceu apenas por uma pequena margem sobre Trump em 2020.
Na sexta-feira, Harris apresentou um programa econômico focado em apoiar a classe média, como créditos fiscais para famílias com recém-nascidos ou ajuda para comprar uma casa.
O candidato republicano, ciente do que está em jogo, retornou no sábado à Pensilvânia, estado onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho.
"Ela está louca", disse sobre sua rival o bilionário de 78 anos.
- Manifestações previstas -
Segundo o Partido Democrata, espera-se que pelo menos 50.000 pessoas (delegados, voluntários, simpatizantes, etc.) compareçam à terceira maior cidade dos EUA para apoiar a candidata até a noite de quinta-feira.
Tudo isso com um forte esquema de segurança que mobilizará 2.500 policiais locais.
Grupos pró-palestinos planejaram manifestações, enquanto a tentativa de assassinato de Trump em 13 de julho ainda está na mente de todos.
“A grande maioria dos manifestantes... são pacíficos” e “querem que as suas vozes sejam ouvidas, e vamos proteger isso”, disse neste domingo à CNN o governador de Illinois, J.B. Pritzker. Mas “se houver desordeiros, serão presos e condenados”.
Uma nova pesquisa de opinião do Washington Post/ABC News/Ipsos divulgada neste domingo mostrou que a vice-presidente está ligeiramente à frente nas intenções de voto a nível nacional.
- Casal Obama -
Às margens do lago Michigan, os pesos pesados do partido irão apoiar Harris, começando pelo ex-presidente Barack Obama e sua esposa Michelle.
Em seu reduto de Chicago, o carismático orador mobilizará ainda mais os democratas, muitos dos quais dizem encontrar, neste início de campanha da vice-presidente, uma euforia que lembra a marcha rumo à Casa Branca do primeiro presidente negro dos EUA, em 2008.
Mas caberá a Biden, na noite de segunda-feira, fazer o que será tanto o primeiro discurso importante da convenção quanto uma espécie de mensagem de despedida.
A equipe de campanha promete que este último ato, que marca o final de meio século do presidente americano na política, não será de forma alguma melancólico.
- O fantasma de 2016 -
O presidente, segundo um comunicado de imprensa, destacará os resultados de seu mandato, que termina com "a economia mais forte do mundo".
Acima de tudo, pedirá apoio para a vice-presidente, "ressaltando" a importância da eleição frente a um presidente que foi condenado criminalmente e que não se comprometeu a admitir uma possível derrota.
Segundo a CNN, Biden pode até ser acompanhado no palco por Harris, em uma apresentação emotiva.
O ato em Chicago pretende ser uma demonstração de unidade e entusiasmo frente a Trump, líder absoluto do Partido Republicano.
Enquanto os democratas se reúnem em Chicago, o magnata republicano cruzará o país, com comícios programados na Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte e Arizona durante a semana.
Todas as pesquisas, embora concedam uma leve vantagem para a democrata, preveem uma votação muito apertada.
A presença na convenção de Hillary Clinton, que foi derrotada pelo republicano para surpresa geral em 2016, talvez lembre aos eufóricos democratas que devem ser cautelosos.
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