A União Europeia planeja taxar em até 36% durante cinco anos as importações de veículos elétricos chineses, a menos que Pequim ofereça uma solução alternativa, anunciou a Comissão Europeia nesta terça-feira (20).
Essas tarifas, que se somam às taxas de 10% já aplicadas aos veículos fabricados na China, entrará em vigor até o final de outubro e substituirá as taxas temporárias que foram decididas em julho, fixadas em 38%, revelou a Comissão em um comunicado.
A Comissão se declarou "aberta" ao diálogo e a qualquer outra solução alternativa vinda de Pequim para evitar essas taxas, que alguns Estados-membros criticaram, como Alemanha e Suécia.
Pouco depois, a Câmara de Comércio chinesa na UE expressou em um comunicado "seu profundo descontentamento e sua firme oposição ao enfoque protecionista" da Comissão e alertou sobre o perigo da "exacerbação das tensões comerciais entre a UE e China".
A Comissão Europeia também anunciou que não arrecadará as taxas provisórias que entraram em vigor em 5 de julho. O dinheiro delas permanecerá em uma conta bloqueada e depois será devolvido.
Essas novas taxas serão adotadas definitivamente antes de novembro a não ser que uma maioria qualificada de membros (15 países que representam 65% da população europeia) se oponha.
A maioria dos fabricantes chineses se preocupa com a iniciativa. Bruxelas irá impor tarifas adicionais de 17% ao fabricante BYD, ao invés dos 17,4% previstos na taxa provisória decidida no mês passado; de 19,3% a Geely (frente aos 19,9%) e de 36,3% a SAIC (frente aos 37,6%).
Ao restante dos fabricantes lhe será imposta uma taxa adicional média de 21,3%, mais do que os 20,8% decididos em julho, se cooperarem com a investigação; e de 36,3% em caso contrário (em comparação aos 37,6% previstos há um mês).
A indústria automobilística europeia, líder nos motores a gasolina e a diesel, teme que suas plantas desapareçam se não conseguir impedir a chegada dos modelos elétricos chineses. Pequim tomou a dianteira do mercado investindo há muito tempo em baterias.
Na UE, o mercado está em pleno auge. Até 2035, não se espera mais que carros novos com motor a combustão sejam vendidos e, atualmente, os veículos elétricos chineses representam 22% do mercado europeu, em comparação aos 3% de há três anos, segundo estimativas do setor. As marcas chinesas ocupam 8% do mercado.
A UE também planeja uma taxa de 9% durante cinco anos às importações dos carros elétricos da Tesla fabricados na China.
Essa taxa é muito mais baixa do que a pensada inicialmente por Bruxelas para os veículos elétricos chineses porque a Tesla recebe menos subsídios no gigante asiático, indicou a Comissão Europeia.
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