As cotações do petróleo voltaram a cair nesta terça-feira (20), mais uma vez afetadas pela continuidade das conversas para um cessar-fogo em Gaza e por uma evolução desfavorável à commodity da relação entre oferta e demanda.  

O preço do barril Brent do Mar do Norte, negociado em Londres para entrega em outubro, recuou 0,59%, para 77,20 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), de referência no mercado americano e com vencimento em setembro, caiu 0,44%, a 74,04 dólares. 

Para Matt Britzman, da corretora britânica Hargreaves Lansdown, a perspectiva de uma possível trégua nos enfrentamentos em Gaza "acalma os temores que vinham dando sustentação aos preços" do petróleo. 

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, vai viajar ao Catar com a esperança de convencer as partes a aceitarem a nova proposta dos Estados Unidos na sexta-feira. 

Além da situação no Oriente Médio, segundo Andy Lipow, da firma Lipow Oil Associates, a queda nos preços da commodity também se deve aos fundamentos do mercado, particularmente à percepção negativa do equilíbrio entre oferta e demanda. 

Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo suas previsões de demanda para 2024, especialmente pela falta de impulso da economia chinesa. 

Ao mesmo tempo, segundo o analista, o mercado se preocupa com um aumento de produção de vários atores majoritários do mercado, a começar pelos Estados Unidos, que no início de agosto registraram um novo recorde de produção, de 13,4 milhões de barris diários (mbd). 

Além disso, Lipow assinalou que o fim da temporada de viagens nos Estados Unidos está se aproximando, o que poderia significar uma redução ainda maior da demanda.

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