Um tribunal da Guiné Equatorial investigou nesta semana por desvio de dinheiro da companhia aérea nacional Ceiba Intercontinental um filho do presidente do país e três ex-diretores. O montante envolvido totaliza mais de 6,5 milhões de dólares (36 milhões de reais).
O Ministério Público (MP) do país pediu 18 anos de prisão para Ruslan Obiang Nsue, 49, pela acusação de desvio de dinheiro e pela venda ilegal de um avião examinada em outro julgamento nesta semana.
Filho do presidente Teodoro Obiang Nguema, Nsue era vice-diretor-geral da companhia aérea na época dos fatos. O MP pediu 20 anos de prisão para os outros três acusados.
Os quatro são acusados de abuso de poder, abuso de bens públicos e desvio de dinheiro público. O julgamento continuará na próxima semana.
Nsue minimizou sua responsabilidade e alegou que sua assinatura não era "imprescindível para tirar dinheiro das contas". Ele compareceu nesta semana ao mesmo tribunal pela venda ilegal de um ATR 72-500 pertencente à Ceiba, e admitiu que recebeu metade do preço da transação.
O julgamento de um membro da família presidencial é inédito no país, rico em petróleo. Nsue foi detido em janeiro de 2023 e está em prisão domiciliar por ordem do vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mangue, seu irmão, condenado em 2021 pela Justiça da França a três anos de prisão com sursis e multa pelo desvio de dinheiro público.
A Guiné Equatorial é liderada há mais de 45 anos pelo presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, 82, no que representa um recorde mundial de permanência no poder para um chefe de Estado vivo, sem contar os monarcas.
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