A renomada primatóloga britânica Jane Goodall espera que a COP16 sobre biodiversidade, que será realizada na Colômbia em outubro, "realmente leve a mais mudanças" em relação à crise climática global, afirmou a cientista nesta quinta-feira (22) em uma coletiva de imprensa.
"Pensem nas crianças, pensem no futuro e tentem fazer desta COP algo mais do que apenas um monte de conversa", disse a cientista e ativista ambiental durante um evento público em Medellín (noroeste), a segunda maior cidade colombiana.
A COP16, a principal conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade, será realizada de 21 de outubro a 1º de novembro em Cali (sudoeste), onde se espera a participação de cerca de 12 mil pessoas, entre diplomatas, expositores e turistas.
"Se olharmos para trás, para a primeira COP em Paris, muito do que foi proposto com veemência não foi abordado de forma alguma", criticou a célebre primatóloga de 89 anos.
Em 2016, quando a COP21 ocorreu em Paris, 193 países e a União Europeia se comprometeram a evitar, durante o século XXI, um aumento das temperaturas globais acima de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
No entanto, em maio deste ano, o aumento das temperaturas em relação ao nível pré-industrial atingiu 1,61°C em uma média acumulada de 11 meses, segundo o observatório europeu Copernicus.
"Em alguns países, é uma questão política. E, em parte, é uma questão de negócios. As pessoas querem ganhar dinheiro", afirmou Goodall, conhecida por suas seis décadas de trabalho pioneiro na Tanzânia, onde estudou os chimpanzés e suas semelhanças com os humanos.
"Razões para a esperança" é o título da palestra que Goodall ofereceu em Medellín, com o objetivo de transmitir uma mensagem positiva de soluções em relação às mudanças climáticas.
"Mesmo que, apesar de tudo, o mundo, para nós, chegue ao fim (...), não é melhor viver sua vida trabalhando para preveni-lo?", questionou a ativista.
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