Pelo menos três guardas reféns e quatro detentos morreram nesta sexta-feira (23) na sangrenta tomada de controle de um presídio na região de Volgogrado, no sudeste da Rússia, informaram as autoridades.

Este motim, que durou várias horas, o segundo em uma prisão russa em pouco mais de dois meses, parece, assim como o anterior, ter a marca da organização jihadista Estado Islâmico (EI). 

Segundo o Serviço Penitenciário Federal (FSIN), os quatro presos fizeram oito guardas e outros quatro detidos como reféns na "colônia penitenciária número 19". 

"Os criminosos esfaquearam quatro guardas", causando ferimentos "de gravidades diversas", informou o FSIN em mensagem publicada no Telegram.

O saldo de vítimas entre os guardas e os prisioneiros feitos reféns ainda não é claro. As informações comunicadas por diversas autoridades apontam para três ou quatro mortos e um número variável de feridos. 

Segundo o FSIN, os quatro agressores foram "liquidados" e os quatro presos feitos reféns ficaram feridos. 

Pouco antes, a Guarda Nacional Russa indicou que seus "atiradores de unidades especiais  (...) neutralizaram com quatro tiros precisos quatro prisioneiros que haviam feito funcionários da prisão reféns". 

A colônia penitenciária nº 19 é um estabelecimento penal de "regime severo", ou seja, com condições rigorosas de detenção. Está localizada na cidade de Surovikino, cerca de 120 quilômetros a oeste de Volgogrado, a capital regional.

- A pista jihadista -

Vídeos não autenticados pela AFP apontam para uma possível tomada de reféns orquestrada por simpatizantes da organização jihadista Estado Islâmico (EI). 

Um desses vídeos, de 46 segundos, transmitido por vários veículos de comunicação russos durante a tomada dos reféns, mostrava uma sala com o chão coberto de sangue. 

Quatro homens uniformizados são vistos deitados e ensanguentados, alguns aparentemente sem vida, e pelo menos dois outros ao lado de um terceiro indivíduo que fala em árabe. 

Estes últimos reivindicam então, em russo, o seu pertencimento ao EI enquanto um segura uma faca numa mão e, na outra, um dos supostos guardas pelo pescoço.

"Qualquer pessoa em nosso território é obrigada a respeitar e observar as leis da Rússia", disse o governador da região de Volgogrado, Andrei Bocharov, no Telegram. "Não permitiremos que ninguém tente fomentar a discórdia étnica", acrescentou. 

Em meados de junho, vários membros do EI foram mortos depois de fazerem dois guardas prisionais como reféns na região de Rostov, vizinha de Volgogrado. 

A Rússia tem sido alvo de vários ataques reivindicados por esta organização jihadista, embora a sua influência seja limitada no país. 

O pior ataque dos últimos vinte anos na Rússia, reivindicado pelo EI, ocorreu no final de março, quando homens armados atacaram casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, matando 145 pessoas e ferindo centenas.

bur/phy/js/eg/aa

compartilhe