O governo do Talibã proibiu as artes marciais mistas (MMA) no Afeganistão por considerá-las incompatíveis com o islã, declarou, nesta quarta-feira (28), uma autoridade esportiva.
A ordem foi dada pela polícia da moralidade, sob o Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício (PVPV), após uma investigação sobre a conformidade do esporte com a lei islâmica, de acordo com essa declaração e com a mídia local.
"Foi observado que esse esporte é problemático para o ponto de vista da sharia (lei islâmica) e que inclui inúmeros aspectos contraditórios aos ensinamentos do islã", declarou a autoridade esportiva do governo talibã em um comunicado transmitido à AFP.
Um responsável da autoridade esportiva declarou a um veículo de comunicação que o MMA, esporte muito popular no Afeganistão, estava proibido em parte por ser considerado muito violento e apresentar perigos de lesão, incluindo a morte.
As autoridades islâmicas assumiram o poder em 2021 e, desde então, têm aplicado uma interpretação rigorosa da lei islâmica.
Há menos de uma semana, uma nova lei foi promulgada no país com o objetivo de "promover a virtude e prevenir o vício" entre a população, de acordo com a lei da sharia, o que gerou preocupações na comunidade internacional, especialmente por causa das novas restrições às mulheres.
Esta nova legislação tem 35 artigos e controla todos os aspectos da vida dos afegãos, sociais e privados, em uma interpretação ultra-rigorosa da sharia.
A lei "da moral" proíbe também aos homens de usarem shorts acima dos joelhos.
Quatro dos onze atletas afegãos que participaram dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 como membros da equipe nacional do Afeganistão ou da equipe de refugiados, competiram em artes marciais.
No entanto, o MMA não é reconhecido como um esporte olímpico, em parte por razões de segurança.
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