Um comandante militar chinês pediu nesta quinta-feira (29) ao governo dos Estados Unidos o fim do conluio com Taiwan, durante uma reunião em Pequim com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

"A China pede que os Estados Unidos acabem com todo o conluio militar com Taiwan, parem de armar Taiwan e parem de espalhar notícias falsas sobre Taiwan", afirmou Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido Comunista Chinês, a Sullivan, segundo um comunicado do Ministério da Defesa.

A China, que considera Taiwan parte do seu território, acusa os Estados Unidos, principal fornecedor de armas da ilha, de apoiar tacitamente o movimento de independência. Pequim considera Taiwan parte do seu território e não descarta a possibilidade de "reunificá-lo" pela força.

Sullivan destacou a Zhang Youxia a importância de manter a estabilidade no Estreito de Taiwan e no Mar da China Meridional, onde a tensão aumentou entre China e Filipinas, paós aliado dos Estados Unidos.

"É raro termos a oportunidade deste tipo de conversa", declarou Sullivan no início do seu encontro com o general Zhang.

"Diante da situação no mundo e nossa necessidade de administrar com responsabilidade a relação EUA-China, acredito que este é um encontro muito importante", acrescentou.

Na primeira viagem de um conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos à China desde 2016, Sullivan se reuniu com funcionários de alto escalão, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi.

Segundo um resumo da Casa Branca sobre a reunião com o general Zhang, Sullivan enfatizou a importância de manter a "estabilidade" no Estreito de Taiwan e a "liberdade de navegação" no Mar da China Meridional.

Coincidindo com a sua visita, a China se viu envolvida em disputas de segurança com o Japão e as Filipinas, dois importantes aliados de Washington na região.

A tensão entre China e Filipinas aumentou nos últimos meses com uma série de incidentes entre navios dos dois países no Mar da China Meridional, reivindicado quase em sua totalidade por Pequim.

Na reunião de quarta-feira, o chanceler chinês Wang advertiu Washington que não deve utilizar sua aliança de segurança com as Filipinas "como um pretexto para minar a soberania e a integridade territorial da China".

O conselheiro do presidente Joe Biden expressou "preocupação com as ações desestabilizadoras (de Pequim) contra as operações marítimas legítimas das Filipinas" nas águas em disputa.

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