A justiça argentina está analisando a possibilidade de permitir que os jogadores de rúgbi franceses acusados de estupro retornem ao seu país enquanto prossegue o processo no qual foi apresenta um pedido de arquivamento por parte da defesa, informaram fontes judiciais nesta sexta-feira (30).
"Quanto ao pedido de saída do país, deverá ser julgado entre segunda e terça-feira", disse à imprensa Martín Ahumada, porta-voz do Poder Judiciário de Mendoza, embora sem descartar que isso possa acontecer mais cedo, ao falar com jornalistas no tribunal desta província localizada a cerca de 1.000 km a oeste de Buenos Aires.
A decisão está nas mãos do Procurador-Geral Adjunto da Procuradoria da província, Gonzalo Nazar.
Os jogadores franceses Hugo Auradou e Oscar Jegou, ambos de 21 anos, permanecem na capital argentina aguardando uma decisão da justiça de Mendoza para retornar ao seu país.
Seus advogados de defesa solicitaram esta semana o arquivamento e resta saber se o Ministério Público recomendará esse caminho ao juiz, que terá então de convocar uma audiência para formalizar a decisão, algo que ainda poderá demorar cerca de dez dias.
"Por enquanto não foi solicitada a audiência de arquivamento", disse Ahumada quando questionado sobre a data.
Esta sexta-feira, a denunciante faltou pela terceira vez a uma consulta de perícia psicológica que foi remarcada para 5 de setembro, pré-requisito para avançar na análise do arquivamento.
"Nós, como denunciantes, temos poder processual para nos opormos (ao arquivamento). Acreditamos que as condições não estão preenchidas", disse à imprensa o advogado do denunciante, Mauricio Cardello, ao final da audiência pericial.
No entanto, se a acusação decidir permitir o regresso do arguido a França, a denúncia não poderá impedi-lo, explicou.
"Se o Ministério Público decidir suspender a proibição de sair do país, vamos expressar o que pensamos, mas essa expressão não obriga o juiz a tomar uma decisão, será eficaz e eles poderão sair do país", disse Cardello.
A denunciante, uma mulher de 39 anos, acusou os atletas de terem-na espancado e estuprado na madrugada de 6 para 7 de julho no quarto de hotel onde estavam hospedados com o restante da seleção francesa de rúgbi no centro de Mendoza, depois de uma partida contra a seleção argentina.
Os acusados negam os atos de violência e afirmaram que as relações sexuais foram consensuais.
Depois de serem presos em 8 de julho, passaram uma semana em um centro de detenção e depois receberam prisão domiciliar em Mendoza para serem liberados em 12 de agosto, após o que eles viajaram para Buenos Aires, onde aguardam a decisão da Justiça.
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