Cerca de 700 mil manifestantes foram às ruas de Tel Aviv e outras cidades israelenses, ontem (1/9), após o Exército do país anunciar o resgate dos corpos de seis reféns mortos pelo Hamas em Gaza. Houve confronto com a polícia. Algumas pessoas foram detidas.
Números foram estimados pelo Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas à rede CNN. A associação – que representa as famílias de alguns dos detidos em Gaza– acredita que esse foi o maior protesto desde o início da guerra de Israel contra o grupo. Autoridades não se manifestaram sobre o tamanho do protesto desse domingo.
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Greve geral
O objetivo da manifestação é pedir acordo para libertação de reféns. Muitos seguravam bandeiras israelenses e cartazes com imagens dos reféns mantidos em Gaza. Outros pediam o cessar-fogo. Parte deles culpa o fracasso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em garantir um acordo para interromper os conflitos e trazer seus entes queridos de volta para casa.
Manifestantes entraram em conflito com a polícia, que reagiu com jatos de água. Alguns foram detidos pelas autoridades. Outros queimaram objetos e fecharam vias.
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A principal central sindical de Israel convocou uma greve geral para esta segunda-feira (2/9). Eles querem pressionar o governo de Netanyahu a trazer de volta os reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas em Gaza. O Aeroporto Ben Gurion, o principal centro de transporte aéreo de Israel, estará fechado a partir das 8h (horário local). Os serviços municipais no centro econômico de Israel, Tel-Aviv, também estarão fechados hoje.
Resgate de corpos
O Exército israelense confirmou o resgate dos corpos de seis reféns em um túnel subterrâneo de Rafah. Eles teriam sido executados pouco antes da chegada dos soldados. Entre os mortos, estava um jovem americano-israelense que se tornou um dos reféns mais famosos do Hamas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se pronunciou em relação à morte de Hersh Goldberg-Polin e se disse “arrasado”, mas reiterou que mantém o otimismo sobre a possibilidade de uma trégua.
Cerca de 101 reféns continuam mantidos em Gaza, embora Israel acredite que um terço deles não esteja mais vivo. Netanyahu e muitos linha-dura em seu governo, assim como seus apoiadores, continuam se opondo a qualquer acordo de reféns que libertaria militantes das prisões israelenses e ajudaria a manter o Hamas no poder.
“Aqueles que matam reféns não querem um acordo” para uma trégua em Gaza, afirmou Netanyahu, em nota, na qual advertiu, aludindo aos líderes do Hamas: “Vamos persegui-los, vamos pegá-los e vamos acertar contas”.
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Os seis mortos pelo Hamas, todos feitos reféns em 7 de outubro durante o ataque do Hamas em uma festa, são quatro homens e duas mulheres. Além de Goldberg-Polin, foram mortos Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e o sargento Ori Danino.
O Ministério da Saúde de Israel informou que os resultados das autópsias indicam que os reféns morreram devido a ferimentos à bala a uma curta distância entre quinta (27/8) e sexta-feira.
Vacinação contra poliomielite
Em Gaza, apesar dos estragos da guerra entre as forças israelenses e o Hamas, começou uma campanha de vacinação contra a poliomielite. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que Israel aceitou implementar “pausas humanitárias” entre as 6h e às 14h, durante três dias, em diversas partes do território, para facilitar a campanha.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, contudo, esclareceu que essas “pausas” não constituem “um cessar-fogo”. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, estimou, por sua vez, que, para as crianças de Gaza, “a melhor vacina é a paz”. A meta é imunizar mais de 640 mil crianças menores de 10 anos. Se pelo menos 90% das crianças de Gaza receberem as doses, a propagação será interrompida, segundo a ONU. (Com informações da Reuters, AFP e DW)