O principal grupo automotivo da Europa, Volkswagen, anunciou uma reestruturação de sua atividade e afirmou que não descarta fechar fábricas na Alemanha para enfrentar uma "situação extremamente tensa", segundo um documento interno ao qual a AFP teve acesso nesta segunda-feira (2). 

"A Alemanha [...] perde cada vez mais terreno em termos de competitividade", diz o documento, que também aponta que "não são descartados os fechamentos de fábricas nos locais de produção de veículos e de componentes". 

Em nota, o presidente executivo do grupo, Oliver Blume, considera que a empresa "deve agir de forma decisiva agora", visto que "a indústria automotiva europeia está em uma situação muito exigente e grave". 

Os mercados reagiram bem à notícia, com o preço das ações da Volkswagen em alta de quase 2% às 13h00 GMT (10h em Brasília) desta segunda-feira na Bolsa de Valores de Frankfurt.  

A empresa alemã tem enfrentado dificuldades pela queda nas vendas, o enfraquecimento do setor e a crescente concorrência dos fabricantes chineses, especialmente na China, seu principal mercado.  

Dentro do grupo, que possui 10 marcas, é a emblemática VW que, durante anos, surge como o elo mais fraco. O plano de reestruturação poderá afetá-la particularmente. 

No ano passado, a VW iniciou um extenso programa para arrecadação. "Mas a situação é extremamente tensa e não pode ser resolvida com simples medidas de redução de custos", ressalta a direção da Volkswagen em documento. 

O sindicato IG Metall denunciou, por sua vez, um plano "irresponsável" que "abala os alicerces da Volkswagen e ameaça maciçamente os empregos e fábricas". 

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