O presidente do Governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, nomeou, nesta quarta-feira (4), um de seus ministros, José Luis Escrivá, para chefiar o Banco da Espanha, em meio à críticas da oposição, que acredita afetar a independência da instituição.

A decisão foi anunciada pelo titular da Economia, Carlos Cuerpo, no Congresso dos Deputados, e coloca fim a um período de três meses após o fim do mandato do então presidente da instituição financeira Pablo Hernández de Cos, que deixou o cargo em 10 de junho.

"O senhor Escrivá conta com a qualificação técnica necessária, reconhecida, validada, também através de sua ampla experiência, nas mais importantes instituições financeiras", declarou Cuerpo aos deputados sobre o então ministro de Transformação Digital e Função Pública.

"Além disso, possui um profundo conhecimento do próprio Banco da Espanha, que é a instituição a que pertence como funcionário público e na qual passou boa parte da sua carreira", acrescentou. 

A nomeação foi criticada por Alberto Núñez Feijóo, líder do conservador Partido Popular, principal da oposição. "Lamento o descrédito que um governo que nomeia um ministro como governador trará ao Banco da Espanha, é muito ruim para a independência" da instituição, declarou o líder opositor a um grupo de jornalistas.

A ausência de uma nomeação imediata para o cargo de Hernández de Cos levou o Executivo a anunciar interinamente a vice-governadora da entidade, Margarita Delgado, como presidente, mas o seu mandato, com duração de três meses, não pôde ser prorrogado para além de 11 de setembro.

Economista de formação, José Luis Escrivá, de 63 anos, iniciou a sua carreira no Banco da Espanha na década de 1980, antes de chefiar a política monetária no Banco Central Europeu (1999-2004) e posteriormente o departamento de estudos econômicos do banco BBVA (2004-2010). 

Nomeado presidente do órgão de controle das contas públicas (AIReF) em 2014, passou a integrar o Governo Sánchez em 2020 como Ministro da Inclusão, Segurança Social e Migração, e em 2023 assumiu o Ministério da Transformação Digital e Função Pública. 

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