Uma promotora nos Estados Unidos solicitou a uma juíza que reconsiderasse a anulação do julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo, contestando a decisão judicial baseada na alegação de que as forças policiais suprimiram evidências no caso contra o ator de Hollywood.

A promotora Kari Morrissey afirmou em uma moção legal divulgada nesta quarta-feira (3) que a decisão de anular o julgamento pelo disparo fatal ocorrido no set de "Rust" foi equivocada, e que as evidências em questão não foram compartilhadas porque eram "intangíveis".

"Não houve encobrimento porque não havia nada a encobrir", dizia o documento, que "respeitosamente solicita ao Tribunal reconsiderar a anulação do caso com prejuízo".

Baldwin estava apontando uma arma na direção da diretora de fotografia Halyna Hutchins durante um ensaio em outubro de 2021, em um set de filmagens no Novo México, quando a arma disparou, matando-a e ferindo o diretor do filme.

A Promotoria argumentou que o astro ignorou protocolos básicos de segurança e agiu de forma irresponsável no set. A defesa de Baldwin, de 66 anos, alegou que não era responsabilidade dele verificar o conteúdo do revólver, algo a cargo da armeira da produção.

O caso foi a julgamento em julho, mas terminou abruptamente depois que a juíza Mary Marlowe Sommer descobriu, durante os interrogatórios, que a defesa não teve acesso a todas as evidências.

No tribunal, foi revelado que um ex-policial entregou balas reais, que poderiam ser semelhantes às usadas no incidente, aos investigadores do caso. No entanto, a defesa não foi informada sobre isso, e as evidências não foram catalogadas adequadamente.

Sommer decidiu que a supressão de evidências havia sido "intencional e deliberada" e imediatamente anulou o julgamento, no qual Baldwin arriscava uma sentença de até 18 meses de prisão, caso fosse considerado culpado.

Especialistas legais consideram que, após a anulação com prejuízo, é pouco provável que Baldwin volte a ser julgado por este caso.

Porém, em sua moção, os promotores argumentam que as balas "enterradas" poderiam ter sido "compradas em qualquer loja de armas dois anos e meio após a morte da senhora Hutchins" e eram "intangíveis ao caso contra o senhor Baldwin".

"Nada sobre os detalhes de como as balas reais chegaram ao set é relevante ou concreto para as acusações contra o senhor Baldwin (...) Era responsabilidade de Alec Baldwin manusear a arma cenográfica de forma segura", escreveram.

A moção também solicita que os advogados de Baldwin expliquem como souberam das balas entregues à polícia, sugerindo que "pode ser criado um registro para uma possível revisão por um tribunal superior".

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